A Companhia Paranaense de Energia (Copel) apresentou nesta quinta-feira aos moradores da Ponta Oeste da Ilha do Mel um projeto de fornecimento de energia elétrica por meio de painéis solares.
A proposta foi discutida durante reunião com representantes do Ministério Público do Paraná (MPPR), Instituto Água e Terra (IAT) e a comunidade local, como parte da construção coletiva do plano de implantação.

PROJETO
O sistema proposto prevê a instalação de painéis fotovoltaicos individuais em até 20 residências da região, com potencial de expansão para espaços comunitários.
As estruturas serão de fibra de vidro ou alumínio, materiais indicados para o ambiente litorâneo. A produção mínima garantida é de 80 kWh por mês, podendo chegar a 128 kWh/mês durante o verão.

Os equipamentos terão potência de 1.250 watts, tensão de 127 volts e baterias com autonomia de até 48 horas, garantindo funcionamento mesmo em períodos nublados.
“A companhia está considerando 48 horas, prazo superior ao que a Aneel estabelece”, destacou Charles Ijaille, engenheiro da Copel.
SEGURANÇA
As estruturas deverão ser instaladas próximas às residências, com uma faixa de segurança de três metros ao redor, livre de edificações e vegetação alta. O compartilhamento de energia entre moradias será proibido. A manutenção e as vistorias ficarão sob responsabilidade exclusiva da Copel e de empresas credenciadas.

A Copel será responsável também por garantir a entrega da energia mínima contratada, fazer manutenções preventivas e atender situações de emergência. Os moradores, por sua vez, devem manter o acesso às instalações, zelar pelos equipamentos e comunicar qualquer irregularidade.
PRÓXIMOS PASSOS
A continuidade das tratativas ocorrerá em duas novas reuniões agendadas: a primeira em 14 de agosto, voltada à coleta de propostas e levantamento de informações técnicas no local; e a segunda em 21 de agosto, para formalização dos acordos.
Após essa etapa, o projeto seguirá para os trâmites de licenciamento ambiental e autorização da Secretaria de Estado da Cultura, devido ao tombamento da Ilha do Mel como patrimônio cultural.

EXPECTATIVA
A presidente da Associação dos Nativos e Pescadores da Ponta Oeste da Ilha do Mel (Anappoim), Dirceia Gomes Pereira de Souza, considerou o encontro positivo.
“Foi muito bem explicado, tiramos nossas dúvidas. A luz faz muita falta. Estamos esperando que a energia venha ajudar tanto nós, nativos, quanto os turistas.”
Para o promotor de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, a reunião é um marco inicial importante.
“Há uma evolução no sistema fotovoltaico, com baterias e placas melhores”, observou.
A previsão é que, após as autorizações e aquisição de materiais, as obras sejam executadas em até nove meses, dependendo de fatores como clima e prazos de liberação de órgãos externos.
Com informações da AEN









