O Núcleo de Operações com Cães (NOC) da Polícia Civil do Paraná (PCPR) auxiliou na retirada de 5,7 toneladas de drogas de circulação entre janeiro e junho de 2025, em todo o Estado.
No período, os cães farejadores participaram de 382 ocorrências – uma média de duas ações por dia – que resultaram na prisão de 231 pessoas e um prejuízo estimado de R$ 61,3 milhões ao crime organizado.

Vinculado à Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), o NOC conta com 15 cães treinados para localizar entorpecentes, armas e munições. As operações contam com o apoio de seis unidades distribuídas em Curitiba, Pato Branco, Cascavel, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu.
Equipadas com viaturas adaptadas, as equipes prestam apoio a ações em todas as regiões do Paraná.
RESULTADOS
Entre as drogas apreendidas, a maconha lidera os registros: foram 4,9 toneladas retiradas das ruas, com valor estimado em R$ 9,9 milhões – um crescimento de 128% em relação ao total apreendido em todo o ano de 2024.
As drogas sintéticas também chamam atenção: os cães localizaram 3.127 unidades de ecstasy até junho, aumento de 433% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Além das drogas, as ações resultaram na apreensão de 18 armas, 396 munições e R$ 335 mil em espécie – valor 20% maior que o total apreendido em todo o ano passado.
“A Denarc tem como um de seus objetivos a descapitalização das organizações criminosas, entendendo que a ausência de recursos financeiros diminui seu poder de atuação em atividades ilícitas”, explicou a delegada-chefe da Denarc, Ana Cristina Ferreira.
DESTAQUES
Entre os cães, dois se destacaram no semestre. Faruk localizou, em Campina Grande do Sul, a maior carga de haxixe do Paraná e a segunda maior do País: mais de 700 quilos da droga escondidos em um caminhão, avaliados em R$ 50 milhões. A apreensão ocorreu em 1º de junho durante fiscalização de rotina.

Já Becky foi responsável por identificar, em abril, 2,5 quilos de skunk escondidos em um carro apreendido no pátio da delegacia de Clevelândia. A droga passou despercebida na primeira vistoria, mas foi localizada pelo cão farejador mesmo fora do horário de trabalho, sob os paralamas do veículo.
TREINAMENTO
A delegada destaca a eficácia da atuação conjunta entre policial e cão.
“Completamos 14 anos de atuação do NOC e o binômio – policial e cão – tem se mostrado um excelente instrumento para as operações. Reduzimos o tempo de exposição dos agentes a ambientes hostis e aumentamos a eficácia das buscas”, afirmou Ana Cristina.
O tempo de busca também impressiona: um cão farejador consegue vasculhar uma residência de 50 metros quadrados em cerca de cinco minutos. A mesma ação demandaria aproximadamente 30 minutos de uma equipe com quatro policiais.

FORMAÇÃO
Neste ano, o NOC promoveu o primeiro Curso de Operações Policiais com Cães da PCPR. Sete novos condutores foram capacitados em técnicas de detecção de entorpecentes, armas, munições, pessoas desaparecidas, restos mortais e intervenções com menor potencial ofensivo.
Além disso, em março, teve início um treinamento inédito com o Grupamento de Operações Aéreas (GOA). A iniciativa busca adaptar os cães ao transporte aéreo, visando reduzir o tempo de resposta em ações que exigem deslocamento rápido.

PERSPECTIVAS
A delegada-chefe da Denarc destaca que os investimentos no NOC devem continuar.
“Queremos seguir fortalecendo a atividade de cinotecnia em nossa instituição com a participação em operações e atividades de formação que possibilitem ampliar e qualificar a capacidade de resposta”, concluiu.
Com informações da AEN









