O presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga nos Portos do Estado do Paraná (CONFEPAR), com sede em Paranaguá, José Eduardo Antunes, participou na quarta-feira (16) do Seminário Sustentabilidade e Transição Justa no Setor dos Transportes, promovido pela Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF), no Rio de Janeiro. O encontro reuniu representantes sindicais de todo o país, além de dirigentes de empresas e órgãos públicos, para debater os desafios da transição climática e tecnológica e seus impactos sobre os trabalhadores do setor de transportes.
O evento contou com a participação de lideranças internacionais e nacionais, como Stephen Cotton, secretário-geral da ITF; Edgar Díaz, secretário regional da ITF; Carlos Müller, presidente do Comitê Global de Transportes Sustentáveis da ITF e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (CONTTMAF); Valdir Pestana, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Terrestre (CNTTT); Paulo Estaúsia, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL); José Adilson Pereira, presidente da Seção de Portuários da ITF para América Latina e Caribe e presidente da Federação Nacional dos Estivadores (FNE); e Luiz de Lima, líder da Campanha de Portuários da ITF para América Latina e Caribe.
A sessão principal, dedicada ao tema Sustentabilidade e Transição Justa, contou com intervenções de representantes da Petrobras, do Ministério dos Portos e Aeroportos e da Confederação Nacional do Transporte (CNT), que abordaram as medidas adotadas por empresas e governos para lidar com os desafios da mitigação climática, adaptação e seus reflexos nas relações de trabalho.
Representatividade parnanguara
Representando Paranaguá e os trabalhadores portuários do estado, José Eduardo Antunes destacou que o seminário foi um espaço importante de reflexão sobre o futuro do trabalho diante da automação e da digitalização crescentes no setor. “Foi um evento de grande relevância para o movimento sindical, especialmente para nós, trabalhadores portuários. Discutimos como a transição climática e tecnológica impacta diretamente nossa categoria. A automação e a digitalização são avanços inevitáveis, mas é fundamental que venham acompanhadas de políticas de qualificação, realocação e manutenção dos empregos”, afirmou.
Antunes ressaltou que o movimento sindical deve atuar de forma propositiva diante dessas mudanças, buscando garantir uma transição justa e sustentável. “Nós não somos contra o desenvolvimento nem contra a tecnologia. O que defendemos é que ela não resulte em perda de postos de trabalho, e sim na valorização e capacitação dos trabalhadores. A sustentabilidade deve ser social também, e não apenas ambiental ou econômica”, pontuou.
Força sindical e futuro do trabalho
Durante o encontro, o secretário-geral da ITF, Stephen Cotton, destacou o papel estratégico das organizações de trabalhadores na defesa de direitos diante das transformações do setor portuário. Ele afirmou que, mais do que a redução do custo da mão de obra, o que realmente impulsiona os operadores portuários a buscarem a automação é o poder e a influência dos sindicatos e federações de trabalhadores. Para José Eduardo Antunes, a declaração sintetiza o espírito de resistência e unidade que deve guiar o sindicalismo global.
O seminário foi encerrado com considerações de Gemma Swart, líder do Programa de Transporte Sustentável da ITF, e Edgar Díaz, secretário regional da ITF, que reforçaram o compromisso da Federação com uma transição justa, inclusiva e solidária para todos os trabalhadores do setor de transportes.
Sobre a ITF
A Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) é uma organização sindical global presente em 153 países, que representa mais de 16,5 milhões de trabalhadores vinculados a mais de 700 sindicatos do setor de transportes — incluindo portos, ferrovias, aviação, rodovias e transporte marítimo. A ITF atua na defesa da justiça social, da sustentabilidade e do fortalecimento dos direitos trabalhistas, coordenando campanhas e programas internacionais voltados à valorização e proteção das categorias que movem o mundo.











