Entre os atendimentos realizados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) no Litoral durante o Verão Maior Paraná, a estatística de afogamentos é a que mais cresceu em relação à temporada passada em termos percentuais. Comparando os primeiros 53 dias de operação na orla paranaense nos dois anos, os números saltaram de 56 para 132, ou seja, uma elevação de 135,71%. Os dados atuais já são superiores, inclusive, aos 72 de toda a temporada 2022/2023, que teve duração de 72 dias.
“Notamos um aumento do número de banhistas, até mesmo por causa das altas temperaturas que tivemos em dezembro e janeiro e pelas melhorias realizadas nas praias do Paraná. Consequentemente, tivemos mais atendimento a incidentes em meio líquido. E cerca de 10% dessas ocorrências envolveram afogamento”, relatou a capitã Débora Kolossoskei, responsável pela comunicação do CBMPR no Litoral durante o Verão Maior Paraná.
Com as praias já bastante movimentadas e a chegada do Carnaval, que promete levar ainda mais veranistas para a região, a preocupação é evitar que esses números subam ainda mais.
“A orientação para o Carnaval é que a população procure tomar banho de mar em áreas protegidas por guarda-vidas. Essas áreas são delimitadas pelas bandeiras de cor vermelho sobre amarelo”, explicou a capitã. “Muito cuidado também com bebida alcoólica, existe uma correlação entre os afogamentos mais graves e a ingestão de bebida alcoólica”, complementou, lembrando ainda da importância de seguir as placas de sinalização e as orientações dos guarda-vidas.
O trabalho dos guarda-vidas tem sido intenso também nas missões de resgate, retirando da água banhistas que estão em dificuldades, mas que ainda não entraram em processo de afogamento. Entre 16 de dezembro e 6 de fevereiro, já foram realizados 1.287 resgates. No mesmo período do ano anterior, haviam sido 1.107 – um aumento de 16,26%. A estatística atual também é superior a 2022/2023, quando foram computados 1.203.
A soma de resgates e afogamentos compõe o índice de “salvamentos efetuados” pelos guarda-vidas. Assim, essa categoria teve 1.275 salvamentos na temporada passada e 1.419 neste ano, 22,01% a mais.
Apesar da maior quantidade de público, de atendimentos e de ocorrências que exigiram intervenção dos guarda-vidas, o número de óbitos é levemente inferior ao observado na edição anterior do Verão Maior Paraná. Nesse mesmo momento, em 2023, haviam sido contabilizadas nove vítimas fatais, contra oito neste ano. O total de mortes no ano passado chegou a 10, sempre em locais sem postos de guarda-vidas ou fora do horário de funcionamento dos mesmos.
“Evitem as áreas de entrepostos, sinalizadas com bandeiras pretas, até porque a maioria dos afogamentos que aconteceram e tiveram vítimas mais graves ocorreram em áreas de entrepostos ou em áreas onde não estavam funcionando os postos de guarda-vidas. Então, fiquem atentos aos horários de funcionamento dos postos e sigam as orientações dos guarda-vidas”, informou a capitã.
PREVENÇÃO
Mantendo a tendência de alta, as chamadas ações preventivas tiveram, até agora, cerca de 75% de aumento. Já foram somadas 230.766 atuações do tipo neste ano. No mesmo período da temporada passada, eram 131.845 – número que chegou a 158.195 no final daquela edição do Verão Maior Paraná. Essa estatística considera ações de prevenção, orientação e advertência.
Prevenção equivale à troca de sinalização das praias, cuja quantidade de operações já subiu 58,89%. São 10.671 em /20232024; foram 6.716 no mesmo período de 2022/2023; e 9.174 no total daquela temporada.
A orientação, que é a ação de atendimento aos veranistas com instruções dos locais adequados para entrar na água, entre outras dicas de segurança, teve um aumento expressivo, de 83,10% em relação a um ano antes. Em 53 dias de atuação, essa interação com o público subiu de 86.649 para os atuais 158.655 – que superam em muito as 104.592 orientações da totalidade do Verão Maior Paraná passado.
Outra medida importante na atuação dos guarda-vidas no Litoral – e que cresceu 59,67% considerando a mesma época da temporada passada – envolve as advertências. Elas ocorrem quando é preciso chamar a atenção do banhista que coloca outras pessoas ou a si mesmo em perigo. Neste verão, já foram 61.440 situações do gênero, contra 38.480 em 2022/2023 – a temporada passada também teve número inferior, mesmo com 20 dias a mais na conta: 44.429 advertências.
O período de Carnaval também aumenta a preocupação com a segurança das crianças. A quantidade de meninos e meninas que se perderam de seus pais e foram localizados pelos bombeiros subiu 27,59%, de 522 (2022/2023) para 666 (2023/2024). Mais uma vez, a temporada atual já deixou para trás a passada, que registrou, em 72 dias, 547 crianças encontradas e devolvidas à família.
Dentro dessa preocupação, é importante que os responsáveis lembrem de colocar as pulseiras de identificação nas crianças. O item é distribuído gratuitamente nas praias pelos bombeiros e facilita o reencontro de pais e filhos que tenham se separado durante o passeio. Em 2022/2023, a essa altura da temporada, haviam sido distribuídas 10.718 pulseiras (11.267 no balanço final da operação). Neste ano, já foram 10.267.
“Pedimos aos pais e responsáveis para estarem sempre atentos com as crianças, que fiquem a no máximo um braço de distância delas dentro da água, e que coloquem as pulseiras com nome e telefone dos responsáveis por aquela criança”, concluiu a capitã do Corpo de Bombeiros.
ÁGUA-VIVA
Os acidentes com animais aquáticos tiveram uma redução bastante expressiva: de 5.151 na mesma parcial do período anterior para os atuais 898, uma queda de 82,5%.
Com informações e imagens da agência Estadual de Notícias