Por Luiza Rampelotti
A cidade de Antonina deu um passo importante rumo à educação ambiental e à valorização de seu patrimônio natural com a inauguração, na última quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, do Cinema Vale do Gigante, primeiro Centro de Educação Ambiental Permanente do município. A iniciativa, promovida pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Patrimônio Histórico, integra as ações financiadas pelo edital da Lei Paulo Gustavo, com foco em sustentabilidade, cultura e educação.
Instalado na comunidade do Rio do Nunes, região de rica biodiversidade no coração da Mata Atlântica, o espaço foi idealizado para oferecer atividades educativas voltadas à conservação ambiental, com foco em crianças, estudantes e moradores da cidade. O centro contará com exibições de filmes temáticos, dinâmicas interativas, trilhas na natureza e exposições com animais taxidermizados – uma estratégia didática que possibilita o contato visual e reflexivo sobre a fauna silvestre da região.
Segundo a Secretaria de Turismo, a escolha do Rio do Nunes se deu pela localização privilegiada da comunidade, que combina acesso facilitado, riqueza ecológica e uma associação de moradores atuante – fatores essenciais para garantir o sucesso de uma proposta educativa de base comunitária.
“O Cinema Vale do Gigante representa um compromisso com o futuro de Antonina. Estamos criando um espaço que oferecerá oportunidades reais de aprendizado, cultura e engajamento com a causa ambiental, além de fomentar o turismo responsável”, afirmou o secretário Thiago Afonso de Souza.
Educação, preservação e futuro
Um dos fundadores do projeto e atual servidor da Secretaria de Turismo, o guia de turismo Diego Silva celebrou a concretização da iniciativa que, segundo ele, nasceu da percepção da curiosidade e encantamento dos visitantes ao conhecerem a biodiversidade local. “Desde que fui convidado a trabalhar na Prefeitura, recebi diversos grupos de estudantes e turistas. E algo que percebi foi o quanto todos ficam maravilhados ao aprender sobre a nossa Mata Atlântica e a riqueza da biodiversidade local. Então, eu pensei: por que não criar um espaço onde possamos compartilhar esse conhecimento com ainda mais pessoas?”, relatou Diego à Ilha do Mel FM.

Gaúcho radicado em Antonina há 10 anos, ele possui formação em gestão de turismo, guia de turismo e está em fase de conclusão da licenciatura em biologia. Sua trajetória pessoal, marcada pela paixão pela natureza e pela educação ambiental, foi fundamental para a estruturação do projeto.
“A ideia é que o Cinema Vale do Gigante seja mais do que um ponto de visitação. Ele será um espaço vivo, de conexão entre as futuras gerações e o patrimônio natural que temos a obrigação de conservar”, afirmou.
Um centro para Antonina e para o mundo
Diego anunciou que, a partir do dia 20 de junho, o Cinema Vale do Gigante passará a receber, semanalmente, turmas de estudantes das escolas de Antonina. As visitas acontecerão sempre às sextas-feiras, mediante agendamento com os colégios, e contemplarão grupos de até 30 alunos por vez. A proposta é oferecer uma programação contínua de educação ambiental, articulando conhecimento, sensibilização e contato direto com o território.
Cada visita terá início com uma conversa introdutória sobre o bioma da Mata Atlântica e as especificidades do território onde o centro está inserido. Em seguida, os estudantes assistem a um filme voltado à temática da conservação ambiental, que funciona como ponto de partida para dinâmicas educativas e brincadeiras orientadas, estimulando a reflexão sobre os aprendizados e a importância do engajamento individual na proteção da natureza. Após as atividades lúdicas, os alunos conhecem exemplares da fauna local por meio de animais taxidermizados, recurso que contribui para a compreensão visual das espécies que habitam a região e dos impactos causados pelas ações humanas. “A manhã se encerra com uma caminhada pela área externa do centro, onde os visitantes exploram a vegetação nativa, observam os cursos d’água do entorno e compreendem, de forma prática, como a paisagem natural está diretamente ligada à saúde ambiental e ao bem-estar das comunidades”, explica.
Para Diego, mais do que um espaço de aprendizado, o centro é uma oportunidade de fortalecimento dos vínculos entre as pessoas e o território. “Estamos no coração da Mata Atlântica, uma das florestas mais ricas e ameaçadas do mundo. Cuidar desse bioma é cuidar da nossa própria existência. Que o Vale do Gigante seja, para muitos, o começo dessa consciência”, concluiu.










