Por Luiza Rampelotti
Com 72 casos confirmados e outros 21 ainda em investigação, o município de Matinhos concentra praticamente todos os registros de Chikungunya da 1ª Regional de Saúde de Paranaguá, que abrange os sete municípios do Litoral do Paraná. Os dados constam no último boletim epidemiológico estadual divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na última terça-feira (17), e colocam a cidade em uma situação de alerta máximo em comparação com os demais municípios litorâneos.
Enquanto Paranaguá e Guaratuba contabilizam apenas um caso confirmado cada, Matinhos responde sozinha por 97% das confirmações da Regional, que totaliza 74 casos positivos da doença.
Crescimento regional
De acordo com a Sesa, o Paraná já soma 4.564 casos confirmados de Chikungunya e 9.458 notificações em todo o estado. Duas mortes relacionadas à doença foram registradas, nos municípios de Ivaiporã e Cascavel.
“A 1ª Regional de Saúde de Paranaguá, que abrange os sete municípios litorâneos, já acumula 154 notificações e 74 confirmações”, informa a secretaria.
A explosão de casos em Matinhos preocupa as autoridades em saúde e reforça a urgência por medidas emergenciais de contenção. “O número elevado de casos nessa região pode ser atribuído a fatores como as condições ambientais e climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, à alta densidade populacional observada principalmente nos meses de verão e à circulação ativa do vírus no território”, explica a Sesa à Ilha do Mel FM.
Entenda a doença
A Chikungunya é uma arbovirose causada por um vírus transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo responsável pela dengue e Zika. A principal característica da doença é a dor articular intensa, que pode comprometer a mobilidade e afetar seriamente a qualidade de vida dos pacientes.
Os sintomas incluem febre de início súbito, dores musculares e articulares, inchaço nas juntas, fadiga, náuseas e erupções cutâneas. Estima-se que entre 75% e 95% das pessoas infectadas desenvolvem sintomas clínicos.
Após a fase aguda, que pode durar de 5 a 14 dias, a Chikungunya pode evoluir para estágios prolongados. Na fase pós-aguda, os sintomas persistem por até três meses. Já na forma crônica, dores e limitações podem durar mais de 90 dias. Embora a maior parte dos casos tenha evolução favorável, formas graves podem ocorrer, especialmente entre idosos, pessoas com comorbidades ou em situação de vulnerabilidade social.
Medidas urgentes
A Sesa recomenda vigilância constante, ações de controle vetorial e, sobretudo, a mobilização da comunidade. “Ações integradas entre o poder público e a população são essenciais para conter a propagação da doença”, reforça a pasta, destacando a importância da eliminação de criadouros do mosquito e do uso de medidas de proteção individual, como repelentes e telas.
A Ilha do Mel FM entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Matinhos, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno.








