O município de Guaratuba sediará, nesta quarta-feira (11), a 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Mulher. O evento é promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e pela Secretaria Municipal de Assistência Social, em parceria com o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM).
A conferência acontecerá no Recanto Paulo VI, com início do credenciamento às 12h e abertura oficial prevista para as 13h. A programação incluirá debates, grupos de trabalho e elaboração de propostas que serão levadas às etapas estadual e nacional.
As inscrições antecipadas podem ser feitas pelo formulário disponível em: https://bit.ly/confemulher.
O tema central da conferência será “As Mulheres, os Territórios e as Cidades”, um convite ao debate sobre como os espaços urbanos, rurais e comunitários moldam a vida das mulheres. A palestra de abertura será conduzida por Sílvia Winter, psicanalista, historiadora e neuropsicopedagoga, que integra o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento às Violências contra as Mulheres do Governo do Estado.
A presidente do CMDM, Grazieli Eurich, destaca o caráter inédito e urgente do evento. “Vai ser a primeira conferência, então é um momento histórico para o município. O Conselho da Mulher tem pouco mais de um ano e está tentando caminhar a passos largos porque sabemos que já estamos atrasadas, especialmente diante dos índices de violência em Guaratuba e no Litoral como um todo”, afirmou em entrevista à Ilha do Mel FM.
Escuta ativa e representatividade
Antes da conferência, o CMDM promoveu três pré-conferências com foco em grupos específicos de mulheres: trabalhadoras da pesca, da reciclagem e da área rural. Grazieli explica que a intenção foi ouvir diretamente as mulheres sobre suas necessidades, desafios e sonhos. “A gente entende que não tem como representar essas mulheres sem conhecer a realidade delas. Por isso, fomos até uma salga conversar com descascadeiras de camarão, organizamos um encontro com as mulheres da reciclagem e participamos de um evento rural com a Patrulha Maria da Penha para conversar com as moradoras da área rural”, contou.
Essas escutas foram fundamentais para a construção coletiva das propostas que serão apresentadas durante a conferência e que, além de impactar diretamente as políticas públicas locais, também servirão de subsídio para a V Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres do Paraná, prevista para agosto. As propostas ainda poderão ser levadas para a etapa nacional.
Com espaço kids, apresentações culturais, sessão de alongamento e café, o evento busca acolher mulheres de diferentes idades e realidades, facilitando a participação de quem cuida de filhos e trabalha fora. Também está disponível o Formulário de Perfil da População Feminina de Guaratuba, que visa mapear a realidade local e embasar políticas públicas. O link para preenchimento é https://bit.ly/mulhergtba.
Eixos temáticos
Durante a conferência, serão debatidos seis eixos que abrangem temas centrais da vida das mulheres:
- Democracia, Participação e Governança das Mulheres – Ampliação da presença feminina na política e nos espaços de poder.
- Trabalho, Equidade Salarial e Autonomia Econômica – Combate à desigualdade salarial e fortalecimento da independência financeira.
- Territórios Livres de Violência e Qualificação das Redes de Atenção à Mulher – Construção de espaços seguros e qualificação do atendimento.
- Direito ao Território e Sustentabilidade – Acesso igualitário à terra, moradia e políticas socioambientais justas.
- Educação Não Sexista e Cultura para Igualdade – Promoção de uma educação livre de estereótipos de gênero.
- Saúde Integral e Bem-Estar da Mulher – Garantia de acesso à saúde física e mental de forma integral.
A conferência marca o início de uma nova etapa na luta pelos direitos das mulheres em Guaratuba, com escuta ativa, representatividade e construção coletiva como pilares centrais. “É um primeiro passo, mas um passo essencial. Nosso papel é garantir que todas as mulheres sejam ouvidas e que suas demandas se transformem em políticas públicas concretas”, conclui Grazieli Eurich.









