Às vésperas das comemorações pelos 58 anos de emancipação política de Matinhos – que começam nesta sexta-feira (6) e seguem até o dia 12, com extensa programação e shows nacionais – foi oficializada, na última terça-feira (3), a exoneração do coronel Durval Tavares Junior do cargo de secretário municipal de Segurança e Trânsito. O pedido partiu do próprio Tavares, que justificou sua saída apontando falta de diálogo e de confiança por parte da administração municipal.
No pedido de exoneração encaminhado ao prefeito Eduardo Dalmora (PL), Tavares afirma que a exoneração de membros de sua equipe sem justificativa ou comunicação direta foi o estopim para sua decisão. “A motivação é a exoneração de integrantes da equipe da SMST sem informação das motivações e sem capacidade de alguém, qualquer um, informar este requerente pessoalmente”, afirma. Ele conclui o texto sugerindo que a situação gera “impressão de falta de confiança e responsabilidade por parte da Administração Municipal”.
“Fui bom, enquanto durei”
Nas redes sociais, o ex-secretário publicou mensagens emocionadas. “Saí. Não confiaram em mim. Fui bom, enquanto durei”, escreveu. Ele também direcionou uma mensagem direta aos servidores da SMST, demonstrando preocupação com o futuro da pasta. “Meus departamentos de Trânsito, Guarda, Administrativo e Financeiro, Divisões, sejam independentes. Orgulho da GM, mas não assumam a SMST. A GM é só um Departamento dentro da Secretaria. Não deixem que se acabe”.
Em outra publicação, Tavares lamenta a falta de retorno do prefeito após comunicar sua exoneração. O tom do desabafo expõe não apenas uma frustração pessoal com a condução da gestão, mas também evidencia sinais de desgaste e possíveis tensões internas na estrutura administrativa da Prefeitura de Matinhos. “Tão importante que eu me sentia para a minha cidade, que quando pedi exoneração do cargo de Secretário de Segurança, o prefeito nem retornou… Não valia nada. Mas fiz o que pude para ajudar minha cidade. Que Deus ajude”, escreveu o ex-secretário em suas redes sociais.
Também nas redes sociais, o ex-secretário voltou a criticar a conduta da gestão, ressaltando a ausência de diálogo e a forma como as decisões foram tomadas. “Faltou hombridade e confiança. Chega. Nem coragem tiveram para explicar os motivos das exonerações na minha equipe — sequer falaram comigo. Ao menos isso: falar comigo. Pra mim, basta“, escreveu Tavares. O tom do desabafo reforça não apenas a insatisfação pessoal com a forma como sua saída foi conduzida, mas também revela um cenário de tensão e desarticulação dentro da estrutura administrativa da Prefeitura de Matinhos.
Apesar do curto período à frente da SMST, o coronel promoveu mudanças significativas. Sob sua liderança, Matinhos ganhou reforço estrutural na área da segurança, incluindo a reestruturação da Secretaria e a obtenção de novas viaturas para a Guarda Municipal. Também foram encerrados contratos considerados irregulares por órgãos de controle, o que abriu espaço para a reorganização administrativa da pasta.
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Tavares foi responsável por promover uma nova fase para a segurança pública de Matinhos, com foco em planejamento técnico, redução de custos e fortalecimento da infraestrutura. Uma estrutura inédita foi implementada, incluindo a divisão clara entre os setores da Guarda Municipal, Trânsito, Administrativo e Financeiro, com controle mais rigoroso sobre as despesas e contratos.
Experiência e reconhecimento
Durval Tavares Junior é coronel da reserva da Polícia Militar do Paraná. Ao longo de sua carreira, acumulou funções de destaque: foi subcomandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), chefe do Gabinete da Casa Militar da Governadoria e subcomandante da Academia Policial Militar do Guatupê. Também comandou o 9º Batalhão da PM no Litoral e coordenou a Operação Verão, articulando estratégias com diferentes órgãos de segurança pública para atendimento à população em períodos de alta temporada.
Silêncio da gestão
Até o momento, a Prefeitura de Matinhos não se manifestou oficialmente sobre o pedido de exoneração nem indicou quem deve assumir a Secretaria de forma interina ou definitiva. O silêncio institucional, somado às declarações públicas do ex-secretário, reforça o cenário de instabilidade dentro da administração.
