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Do porto ao comércio, da cultura à comunidade: a força feminina impulsiona Paranaguá e molda o futuro da cidade

por Redação Ilha do Mel
08/03/2025 - 18:39
Do porto ao comércio, da cultura à comunidade: a força feminina impulsiona Paranaguá e molda o futuro da cidade

O desenvolvimento de Paranaguá tem uma marca inegável: a força do trabalho de suas mulheres. Foto: Ilha do Mel FM

Por Luiza Rampelotti

Paranaguá é uma cidade moldada pelo trabalho e pela resistência de sua gente. Entre as mãos que constroem esse presente e desenham o futuro, muitas são femininas. O desenvolvimento de Paranaguá tem uma marca inegável: a força do trabalho de suas mulheres. Por muito tempo, setores estratégicos como o porto, o comércio e a cultura foram ambientes dominados por homens. Mas a realidade mudou. Hoje, são elas que ocupam espaços antes inacessíveis, enfrentam desafios diários e moldam o futuro com determinação. No Dia Internacional da Mulher, a Ilha do Mel FM dá voz a algumas dessas trajetórias, que evidenciam não apenas conquistas individuais, mas um movimento coletivo de resistência e protagonismo.

Do alto das máquinas gigantes, o olhar de precisão feminino

O setor portuário é um dos pilares da economia de Paranaguá. Durante décadas, as grandes operações de carga e descarga, os equipamentos pesados e a rotina intensa foram vistos como funções exclusivamente masculinas. Andricelly Pivato Honório desafiou essa lógica. Operadora de RTG no Terminal de Contêiners de Paranaguá (TCP), iniciou sua trajetória em 2013, quando disputou e conquistou a vaga para operar uma empilhadeira de grande porte, em um processo seletivo concorrido, no qual competiu com quatro homens.

Andricelly Pivato Honório é operadora de RTG no Terminal de Contêiners de Paranaguá (TCP).

“Consegui a vaga e trabalhei por sete anos nessa função. Depois, tive a oportunidade de operar o RTG, conhecido como transtainer ou, como o pessoal do porto chama, ‘aranha’. Já estou nessa área há cinco anos”, conta.

Se conquistar espaço no setor já foi um grande desafio, adaptar-se à altura das máquinas foi outro obstáculo. “Eu tinha muito medo de altura no início. É algo que exige um tempo de adaptação. No começo, dava frio na barriga só de subir no equipamento. Mas o dia a dia ensina, e aos poucos fui me habituando. Hoje, encaro com tranquilidade, mas sei que cada movimentação exige um nível altíssimo de atenção e cuidado”, diz.

A experiência mostrou a Andricelly que o olhar feminino tem seu diferencial. “O trabalho exige precisão, e acho que nós, mulheres, temos essa delicadeza natural, essa atenção aos detalhes. Isso faz toda a diferença na hora de operar equipamentos pesados”.

Para ela, as barreiras do setor portuário estão sendo quebradas, mas ainda há um longo caminho. “As mulheres interessadas nessa área devem investir na qualificação, buscar os cursos e não ter medo. O espaço existe. A gente precisa ocupar”, conclui.

Priscila da Silva Rodrigues também trilhou sua trajetória dentro do Porto de Paranaguá. Líder de gate no TCP, sua conexão com a área vem de família. Seu avô foi um dos primeiros supervisores de operações no porto, e o pai, o sogro e os tios foram estivadores. A familiaridade com o ambiente, no entanto, não tornou seu caminho mais fácil.

“O porto sempre fez parte da minha vida, mas isso não significa que as portas estavam abertas para mim. Foram 25 anos de muita dedicação. Comecei como apontadora de costado, depois passei para a equipe de gate, fui para a parte operacional monitorando carga e descarga de navios e, depois de muito aprendizado, assumi a liderança no setor”, diz.

Priscila da Silva Rodrigues também trilhou sua trajetória dentro do Porto de Paranaguá. Líder de gate no TCP, sua conexão com a área vem de família.

Hoje, à frente de uma equipe com mais de 50 pessoas, entre homens e mulheres, Priscila tem uma visão clara sobre os desafios que as profissionais enfrentam. “A mulher sempre teve que provar mais. Em qualquer cargo, você tem que mostrar, todos os dias, que sabe o que está fazendo. Mas isso nunca me desanimou. Pelo contrário. Sempre encarei como um incentivo para me fortalecer ainda mais”.

Para ela, a mensagem para as mulheres é simples e direta: “Nunca desistam dos seus sonhos. Qualquer espaço pode ser nosso, desde que a gente tenha coragem de ocupá-lo. Dê um passo de cada vez e siga sempre em frente”, finaliza.

Empreendedorismo feminino: resiliência e mudança de rumos

A coragem para mudar de trajetória também marca a história de Marcela Baleche. Professora por formação, sempre teve o comércio em seu DNA, mas o desejo de empreender só se concretizou depois de 18 anos na área pedagógica. Abrir o próprio negócio foi um salto no escuro – e, no início, nem todos apoiaram sua decisão.

“As críticas foram muitas. Eu tinha uma carreira consolidada na educação, e muitas pessoas achavam uma loucura largar tudo para empreender. Mas eu sentia que precisava tentar. Então fui em frente”, relembra.

Se a mudança já era um desafio, a maternidade tornou tudo ainda mais intenso. “Logo depois de abrir minha primeira loja, engravidei. Viajar para fazer compras, gerenciar a equipe, organizar tudo… foi extremamente difícil. Mas com apoio da família e das minhas colaboradoras – todas mulheres –, conseguimos seguir em frente”, conta.

A coragem para mudar de trajetória também marca a história de Marcela Baleche.

Hoje, Marcela é dona de quatro lojas, incluindo uma unidade em Curitiba. Mas o caminho nunca foi fácil. “Empreender não é só glamour. É preciso inovar, entender o mercado, superar desafios diários. Você recebe muitos ‘nãos’ antes de conquistar um ‘sim’. Mas a mulher tem isso dentro dela: resiliência. A gente não desiste fácil”.

Sua mensagem para as mulheres que sonham em empreender é clara: “Não desistam. É difícil, mas vale a pena. Se você acredita no seu sonho e tem coragem para lutar por ele, uma hora o sucesso vem”.

Liderança comunitária: a voz das mulheres nos bairros

Enquanto algumas mulheres transformam o setor portuário e o comércio, outras deixam sua marca na comunidade, atuando diretamente na melhoria da qualidade de vida de seus bairros. A liderança comunitária ainda é um espaço desafiador para elas, mas figuras como Sandra Dias provam que persistência, engajamento e dedicação são capazes de gerar mudanças concretas.

Moradora do Jardim Paraná há nove anos, ela não apenas representa os interesses da comunidade, mas se tornou uma voz ativa na luta por melhorias. Há dois anos, assumiu a liderança comunitária, depois de atuar como vice-presidente da associação de moradores na gestão anterior.

“Sempre gostei da parte social, de ajudar as pessoas e buscar melhorias para a comunidade. Quando vi que havia muitas demandas urgentes e que nem sempre as vozes dos moradores eram ouvidas, senti que precisava me envolver ainda mais”, conta.

E foi isso que fez. Desde que assumiu a liderança, Sandra esteve à frente de diversas conquistas para o bairro. Entre elas, se destaca a pavimentação de ruas que antes eram tomadas pelo barro nos dias de chuva e pela poeira nos dias secos.

Moradora do Jardim Paraná há nove anos, Sandra Dias não apenas representa os interesses da comunidade, mas se tornou uma voz ativa na luta por melhorias.

“A maior dificuldade sempre foi sermos ouvidos. Muitas vezes, levamos as necessidades do bairro às autoridades, e ninguém dava credibilidade. Mas não desistimos. Aos poucos, com diálogo, conseguimos conquistar melhorias significativas, como ruas asfaltadas e pontos de ônibus estruturados”.

Para Sandra, um dos principais desafios da mulher na liderança comunitária é equilibrar as múltiplas funções que exerce. Ela é mãe, avó, mãe atípica e ainda atua na Coordenação dos Direitos das Mulheres da Prefeitura de Paranaguá, onde busca ampliar políticas públicas voltadas à proteção e à valorização das mulheres na cidade. Além disso, seu compromisso com o social vai além da liderança comunitária: ela desenvolve trabalhos sociais voltados a famílias em situação de vulnerabilidade e também é uma protetora de animais, resgatando e cuidando de cães e gatos abandonados.

“As mulheres têm um papel fundamental na sociedade porque sempre exercem múltiplas funções. Somos líderes, trabalhadoras, mães, avós, cuidadoras. A gente cuida da casa, da família, do trabalho e ainda encontra tempo para lutar por mudanças. Eu vejo isso todos os dias na minha comunidade. O que precisamos é de mais oportunidades e de mais reconhecimento”, destaca.

Apesar dos avanços, Sandra sabe que ainda há muito a ser feito. Mas o caminho que percorreu até aqui mostra que o trabalho árduo e a persistência trazem resultados. Neste Dia Internacional da Mulher, sua mensagem é clara: “Não importa o tamanho do desafio, nós, mulheres, somos capazes de transformar realidades. Não podemos ter medo de ocupar os espaços que merecemos”, finaliza.

Cultura caiçara: o papel da mulher na preservação das tradições

Se o desenvolvimento econômico da cidade passa pelo porto e pelo comércio, a cultura local se fortalece graças ao trabalho de mulheres como Mariana Zanetti. Vice-presidente da Associação Mandicuera, há 20 anos se dedica à preservação da cultura caiçara.

“Quando conheci meu companheiro, Aorélio Domingues, me apaixonei por ele e, junto, pela cultura caiçara. Isso já faz 20 anos, e desde então estou nessa luta para manter vivas as nossas tradições”.

Mariana sempre esteve ligada à produção cultural, mas seu universo era outro. Formada em teatro, produção artística, direção teatral e cinema, ela chegou a Paranaguá com uma visão diferente do fazer cultural. “Minha relação com a cultura sempre foi profissional. Eu vim do teatro, fiz pós-graduação em cinema, trabalhei na produção artística. O que encontrei aqui foi uma realidade completamente diferente. A cultura não se sustenta economicamente. As pessoas fazem porque amam, porque querem que ela continue existindo, mas ainda não há um mercado de trabalho estruturado para isso”, diz.

Mariana Zanetti é vice-presidente da Associação Mandicuera e há 20 anos se dedica à preservação da cultura caiçara.

Ao longo dos anos, Mariana aprendeu que a preservação da cultura caiçara exige mais do que apenas paixão – requer resistência, articulação e protagonismo.

“Se não cuidarmos dessa cultura, ela desaparece. O papel da mulher nesse processo é essencial. As mulheres sempre foram fundamentais para a manutenção das tradições, seja na música, no artesanato, na dança, na oralidade ou na transmissão do conhecimento para as próximas gerações”.

Mas, para que a cultura sobreviva e prospere, ela precisa ser vista e valorizada, e isso passa, segundo Mariana, pelo fortalecimento da liderança feminina dentro desse cenário.

“Quanto mais mulheres assumirem a frente dos projetos culturais, mais força a cultura caiçara terá. Nós temos um olhar cuidadoso e um comprometimento que fazem a diferença. Acredito que precisamos batalhar todos os dias, acreditar em nossos sonhos e nunca desistir, porque a cultura só continua existindo se houver pessoas dispostas a lutar por ela”, avalia.

O trabalho de Mariana e da Associação Mandicuera tem sido fundamental para manter vivas as expressões culturais caiçaras, como o fandango e outras manifestações tradicionais que fazem parte da identidade de Paranaguá e do Litoral do Paraná. Mesmo diante dos desafios de um setor ainda carente de investimentos e políticas públicas sólidas, ela segue determinada a garantir que essas tradições não se percam.

“A cultura é um patrimônio que pertence a todos nós. Se não nos mobilizarmos para preservá-la, corremos o risco de perder nossa história. Meu desejo é que cada vez mais mulheres se sintam encorajadas a ocupar esse espaço, porque juntas podemos transformar o cenário cultural e garantir que as próximas gerações tenham orgulho de suas raízes”, conclui.

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