A fé à Nossa Senhora do Rocio, que há gerações mobiliza milhares de fiéis em Paranaguá e em todo o Paraná, agora tem reconhecimento oficial no âmbito civil. Foi sancionada e publicada a Lei nº 22.360/2025, que declara Nossa Senhora do Rocio como Padroeira do Estado do Paraná e insere o Dia da Padroeira no Calendário Oficial de Eventos do Estado, a ser celebrado anualmente em 15 de novembro. A norma é de autoria do deputado estadual Anibelli Neto (MDB) e teve como coautor o deputado Evandro Araújo (PSD).
A sanção representa um marco histórico para os paranaenses. Embora o título religioso de padroeira já estivesse consolidado desde 1977 – quando o Papa Paulo VI reconheceu oficialmente Nossa Senhora do Rocio como padroeira do estado –, até então não havia respaldo legal no plano estadual. “É uma reparação histórica com a fé do povo do nosso estado. Há décadas a devoção a Nossa Senhora do Rocio é celebrada com intensidade, especialmente em Paranaguá, cidade sede do Santuário Estadual dedicado à Santa, e agora essa fé passa a ter reconhecimento oficial e legal no âmbito do Estado”, afirmou o deputado Anibelli Neto.
A devoção a Nossa Senhora do Rocio é uma das mais antigas do Brasil, com registros que remontam a 1648. Sua celebração anual reúne multidões em Paranaguá, onde acontece a Festa de Nossa Senhora do Rocio. Em 2025, a festividade chega à sua 212ª edição, se consolidando como a maior manifestação religiosa dos estados do Sul e a quarta maior do país. A programação inclui missas, romarias, apresentações culturais, shows e a tradicional Procissão Solene, que percorre as ruas da cidade com milhares de devotos.
Para além da nova lei, Anibelli Neto também propôs o Projeto de Lei nº 895/2023, que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná e busca declarar a Procissão Solene em homenagem a Nossa Senhora do Rosário do Rocio como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. A proposta se apoia no Decreto Estadual nº 4.841/2016, que estabelece o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, com o objetivo de preservar manifestações que fazem parte da identidade do povo paranaense.
Segundo o parlamentar, o reconhecimento da procissão como patrimônio cultural é uma forma de valorizar a herança religiosa do Paraná. “Devido à importância cultural, religiosa e econômica da Procissão Solene em homenagem a Nossa Senhora do Rosário do Rocio, a declaração como Patrimônio Cultural e Imaterial do Paraná não apenas reconhecerá a tradição e devoção do povo paranaense, mas também preservará a memória e a identidade desta celebração religiosa significativa”, defendeu Anibelli Neto.
Além do valor simbólico e espiritual, a Festa do Rocio tem expressivo impacto na economia local. De acordo com o deputado, as atividades turístico-religiosas movimentam a cidade e geram oportunidades para comerciantes, trabalhadores temporários, prestadores de serviço e o setor hoteleiro. “As atividades turístico-religiosas contribuem para o desenvolvimento da região, gerando empregos e renda para a comunidade”, acrescentou.
*Com informações da ALEP








