O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou nesta quinta-feira, 30, a Lei nº 22.741/2025, que autoriza as escolas estaduais de tempo integral a aderirem, a partir de 2026 e mediante consulta pública, ao modelo cívico-militar (CCM). Atualmente, 312 instituições de ensino no Paraná já seguem esse formato, atendendo cerca de 190 mil estudantes.
EXPANSÃO
A ampliação do modelo vem sendo apontada como responsável por melhorias nos índices de aprendizagem, redução da evasão escolar e maior participação das famílias na rotina das escolas.
“A expansão do CCM é uma oportunidade estratégica para reforçar não apenas o vínculo dos estudantes com a escola, mas também os valores de cidadania e respeito mútuo como forma de desenvolvimento integral dos jovens paranaenses”, destacou o secretário da Educação, Roni Miranda.
A nova lei, aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no dia 28 de outubro, determina que a adesão será feita com base em consultas públicas envolvendo famílias e integrantes das comunidades escolares. As unidades interessadas e os cronogramas serão divulgados oficialmente no Diário Oficial e nos portais do Governo do Estado.
REGRAS
O texto mantém as restrições para adesão: escolas noturnas, CEEBJAs (Educação de Jovens e Adultos), instituições indígenas, quilombolas, conveniadas com APAE, itinerantes, de assentamentos ou com dualidade administrativa não poderão participar.
Os colégios agrícolas com mais de 150 alunos poderão ser incluídos futuramente.

DEMANDA
A procura pelo modelo cívico-militar é crescente em todo o Estado. Segundo o secretário Roni Miranda, mais de 10 mil estudantes aguardam vagas em instituições que seguem o formato.
“Esse modelo nasceu de uma demanda da comunidade e tem mostrado excelentes resultados. O Paraná tem a melhor educação do Brasil, e seguimos trabalhando para manter esse padrão e expandi-lo para cada vez mais escolas”, afirmou o secretário.
Em Curitiba, o Colégio Estadual Cívico-Militar Beatriz Ansay registra uma fila de espera superior a 500 alunos para as 1.200 vagas existentes.
“Em número de alunos, costumo dizer que somente com a fila de espera daria pra ‘abrir’ uma nova escola. É muito gratificante sabermos que tantos jovens gostariam de estudar aqui”, comentou o diretor, Sandro Mira Junior.
Em Araucária, o Colégio Cívico-Militar Dias da Rocha também tem 517 estudantes na fila. A mãe de aluna do 8º ano, Maria Fernanda Temporal, destacou a importância do modelo.
“Nos colégios cívico-militares, valores como cidadania e respeito fazem parte do dia a dia. É isso que buscávamos”, afirmou.
RESULTADOS
Dados da Secretaria da Educação mostram que as escolas cívico-militares apresentam frequência média 3% superior às demais da rede estadual. No Colégio Cívico-Militar Padre José Canale, em Apucarana, a presença dos alunos passou de 78% para 92% após a implantação do modelo.
Segundo o diretor Robson Desidera, o avanço está ligado ao ambiente escolar mais estruturado.
“Criamos uma rotina organizada, com acompanhamento próximo e valorização do aprendizado. Isso faz com que os alunos se sintam parte da escola e participem mais ativamente”, explicou.
SOBRE O MODELO
Implantado pelo Governo do Estado em 2021, o modelo cívico-militar é coordenado pela Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) e combina gestão civil com a presença de militares da reserva em funções administrativas e de apoio à rotina escolar. O objetivo é garantir organização, disciplina e melhor ambiente de aprendizagem nas unidades participantes.
Com informações da AEN








