A Prefeitura de Paranaguá concluiu na terça-feira, dia 25, o ciclo formativo da Capacitação de Multiplicadores pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, realizado no Instituto Superior do Litoral do Paraná, Isulpar. A ação reuniu mais de 300 participantes ao longo de três semanas e integrou a campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, ampliando o letramento sobre violências e fortalecendo a rede municipal de proteção.
FORMAÇÃO
Promovida pela Secretaria Municipal da Mulher, Desenvolvimento Social e Igualdade Racial, Semdir, a capacitação foi conduzida pela especialista Larissa Hack, presidente do Instituto Batom. Os encontros abordaram temas como conceitos fundamentais sobre violência, ciclo da violência doméstica, comunicação responsável, protocolos de atendimento e fortalecimento das redes de apoio.
O encerramento contou com representantes da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal, reforçando a integração entre políticas públicas, segurança e educação.
MULTIPLICAÇÃO
A superintendente da Mulher da Semdir, Paula Torres, destacou que o processo formativo cumpriu o objetivo de preparar lideranças comunitárias e educacionais.
“Essa capacitação foi muito importante para Paranaguá, porque precisamos multiplicar a ideia de proteger nossas mulheres e meninas. Contar com a participação dos alunos de magistério significa preparar futuros professores que vão combater a violência dentro das salas de aula, nas comunidades e nos espaços de convivência”, afirmou.
Segundo ela, 160 pessoas se inscreveram no curso, número que se somou aos cerca de 160 estudantes de magistério do Instituto Estadual de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha Neto, que participaram da aula ampliada de encerramento.
“Finalizamos neste dia 25, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra Mulheres e Meninas, para marcar a relevância da data e reforçar o compromisso da Prefeitura com ações contínuas de enfrentamento”, disse.
RESPONSABILIDADE
Responsável pela condução pedagógica da formação, Larissa Hack destacou que o enfrentamento é uma tarefa coletiva.
“É muito importante que cada um compreenda seu papel dentro dessa causa. Não é uma responsabilidade exclusiva da segurança pública nem apenas do Poder Executivo ou Legislativo. É uma causa de todos nós”, afirmou.
Ela também mencionou os indicadores estaduais.
“O Paraná está hoje em segundo lugar no país entre os estados com mais casos de violência contra mulheres. Reclamar não resolve. A mudança exige ação, informação e responsabilidade social”, disse.
O último módulo tratou do Protocolo “Não é Não”, estratégias de prevenção e debate sobre masculinidades, fundamentais para romper ciclos de violência.
PROTEÇÃO
A Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar apresentou o trabalho de acompanhamento às vítimas.
A cabo Renata Mendes Passos Venancio explicou que muitas mulheres ainda não reconhecem a violência sofrida.
“Muitas vezes ela não percebe que sofreu mais de um tipo de violência. Durante a conversa, ela se reconhece como vítima e entende que não é culpada pelo que viveu. Nosso trabalho é ser esse braço do Estado, acolhendo, orientando e prevenindo novas agressões”, afirmou.
Na Guarda Civil Municipal, a coordenadora Márcia Garcia descreveu a rotina diária da patrulha.
“Acompanhamos mulheres com medidas protetivas. Recebemos ligações todos os dias. Muitas mulheres e meninas não sabem o que fazer. Nós orientamos, acolhemos e acompanhamos desde o BO até o retorno ao lar ou o encaminhamento à Casa da Mulher Parnanguara”, explicou.
Ela destacou a diversidade dos casos atendidos.
“Não tem classe social, não tem idade. Também recebemos medidas cautelares de crianças. Por isso, precisamos de mais projetos, mais psicólogos e mais parcerias. A rede só funciona se estiver fortalecida”, afirmou.
CONTINUIDADE
Ao finalizar o ciclo, a Semdir reforçou que a formação integra uma agenda permanente, com ações de prevenção, acolhimento, orientação jurídica, atividades educativas e integração entre serviços.
“Quanto mais pessoas informadas, mais mulheres protegidas. A mudança cultural começa quando deixamos de naturalizar violências e passamos a reconhecê-las e a agir”, destacou Paula Torres.
PROGRAMAÇÃO
26/11 – Ação com o Serviço de Convivência do CRAS Serraria
27/11 – Ação com o Serviço de Convivência do CRAS Valadares
27/11 – 9h, Auditório da Semdir: Reunião da Rede de Proteção
28/11 – Ação com o Serviço de Convivência do CRAS Vila Garcia
26/11, 28/11 e 01/12 – 19h, Arena Albertina Salmon: Aula aberta de defesa pessoal
26/11, 28/11 e 01/12 – 20h, Arena Albertina Salmon: Aula aberta de capoeira
01/12 – Ação com o Serviço de Convivência do CRAS Alexandra
02/12 – Praça dos Leões: Assessoria jurídica para mulheres
03/12 – Ação com o Serviço de Convivência do CRAS Nilson Neves
05/12 – Praça Fernando Amaro: Assessoria jurídica para mulheres
09/12 – 13h30, Em frente à Prefeitura: Blitz informativa
Com informações da Prefeitura de Paranaguá










