O Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu 2025, realizado no dia 21 de setembro em Joinville (SC), foi um marco para o projeto social Juninho Pitbull, de Paranaguá. A equipe levou 25 atletas — em sua maioria crianças e adolescentes — e voltou para casa com 29 medalhas, incluindo 11 conquistas de ouro, além do troféu de 3º lugar no ranking geral por equipes, resultado considerado histórico diante da força de academias particulares de grande porte presentes no evento.
O professor de jiu-jitsu Robert Figueira, responsável pelo projeto, relembra que a mobilização começou quando surgiu a oportunidade da participação no campeonato. Com apoio dos pais e da comunidade, os atletas garantiram transporte com carros particulares e uma van cedida pelo vereador Halleson Stieglitz, especialmente para atender os cinco atletas atípicos — quatro autistas e um aluno com Síndrome de Down.
“Foi um movimento coletivo. Os pais se uniram, conseguimos transporte e levamos cerca de 60 a 70 pessoas para acompanhar os meninos e meninas. Foi um esforço grande, mas valeu cada segundo”, contou Robert em entrevista à Ilha do Mel FM.
Inclusão no tatame
Um dos destaques foi a participação dos alunos atípicos, que competiram em igualdade de condições com atletas típicos. Apesar da desvantagem, todos eles conquistaram pódios, com medalhas de segundo e terceiro lugares.
“Eu nunca cobro medalha, nunca coloco pressão. Digo para eles: ‘vai lá, se diverte, se conseguir aplicar algo que treinamos, já estou feliz’. O resultado veio naturalmente, e ver nossos autistas e o aluno com Síndrome de Down no pódio foi uma emoção enorme”, destacou o professor.
Resultados expressivos
Ao todo, os parnanguaras conquistaram 11 medalhas de ouro, além de diversas pratas e bronzes. Entre os competidores estava também Lucas Cruz, atleta autista adulto de 28 anos, bastante conhecido na comunidade, e o próprio Juninho Pitbull, que não participou pelo projeto, mas representou sua academia e foi campeão brasileiro em sua categoria.
Mesmo com apenas 23 atletas inscritos na categoria kids (7 a 14 anos), o projeto alcançou o 3º lugar no ranking por equipes, superando grandes academias que inscreveram até 150 participantes.
Seis anos de história
Criado há seis anos, o projeto Juninho Pitbull nasceu na Vila Santa Maria e hoje está presente em diferentes comunidades de Paranaguá, como Serraria do Rocha, Vila Santa Maria, Escola Municipal Edinéa Marize Marques Garcia e na Arena Albertina Salmon. A iniciativa, que conta com o apoio da Prefeitura de Paranaguá, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Juventude (Sespor), alia esporte, disciplina e inclusão social, acolhendo tanto crianças típicas quanto atípicas atendidas pela Secretaria Municipal de Inclusão (Semi).
“É uma satisfação enorme saber que estamos no caminho certo, de igual para igual com academias estruturadas do Brasil inteiro. Esse resultado mostra a força do jiu-jitsu parnanguara”, comemorou Robert.
Próximos passos
Depois da experiência em Joinville, o grupo já se prepara para um novo desafio: o Campeonato Sul-Americano de Jiu-Jitsu, em dezembro, onde a expectativa é levar ainda mais atletas. “Os que foram agora vão inspirar os que ficaram. Nossa meta é aumentar a delegação e continuar mostrando que o esporte social de Paranaguá pode brilhar em qualquer lugar”, finalizou Robert.











