Seis meses após o brutal feminicídio de Fernanda Melani Soares Medeiros, de 21 anos, no balneário Saint Etienne, em Matinhos, o responsável pelo crime, Alexandre Luiz Pereira Leite, de 25 anos, foi colocado em liberdade. A decisão da Justiça revoltou familiares e amigos da jovem, que temem por sua segurança e questionam a sensação de impunidade diante do caso que abalou o litoral paranaense.
O crime que chocou o Litoral
Na noite de 24 de julho de 2024, Fernanda foi assassinada com dois golpes de faca no pescoço dentro da própria residência. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte, jogado em uma valeta nos fundos da casa, após a mãe da vítima estranhar sua ausência no trabalho e acionar a Polícia Militar.
Na ocasião, Alexandre confessou o crime, alegando que teria sido agredido pela namorada durante uma discussão por ciúmes. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia de Matinhos. A investigação revelou que o agressor já possuía um histórico de violência doméstica contra a própria mãe.
Desde então, a família da jovem vinha acompanhando o caso na expectativa de que Alexandre permanecesse preso até o julgamento. No entanto, em decisão recente, a Justiça concedeu liberdade ao acusado para que responda ao processo fora da prisão, o que gerou indignação e medo entre os familiares.
Medo e revolta: “Ele pode cruzar com a gente a qualquer momento”
Jociane Franco Soares, mãe de Fernanda, abalada com a decisão, desabafou sobre a falta de segurança e a sensação de impunidade que agora enfrentam. “Ele destruiu a vida da minha filha, e agora está solto como se nada tivesse acontecido. Como vou dormir em paz, sabendo que ele pode cruzar comigo na rua, vir até minha casa? Não temos garantia nenhuma de que ele não fará algo contra nós”, disse em entrevista a um veículo de comunicação da capital.
A advogada da família já recorreu da decisão junto ao Ministério Público, solicitando a revogação da liberdade concedida a Alexandre. Segundo Caroline Tolomeotti Nicolau, a gravidade do crime exige que o réu permaneça preso, pois há risco de fuga e de novas ameaças à segurança da família da vítima.
“Estamos trabalhando para que essa decisão seja revertida, pois se trata de um crime bárbaro, que abalou toda a comunidade. A legislação prevê que casos como este, com repercussão e risco à segurança pública, devam ser tratados com rigor”, afirmou a advogada.
A luta por justiça continua
Alexandre Luiz Pereira Leite responde pelos crimes de feminicídio, com as qualificadoras de motivo fútil – visto que o crime foi cometido após uma discussão trivial –, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, já que Fernanda foi atacada de surpresa e não teve chance de reagir, além de responder por fraude processual, por tentar esconder o crime, e ocultação de cadáver, ao abandonar o corpo da jovem em uma valeta nos fundos da residência.