Por Luiza Rampelotti
Desde que assumiu a gestão do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (CISLIPA), o prefeito Adriano Ramos (Republicanos) vem implementando uma série de medidas para reorganizar a instituição e garantir melhores condições de trabalho aos servidores. Segundo ele, o consórcio, que há anos enfrenta dificuldades financeiras e estruturais, passa por um momento de transformação.
O prefeito destacou que os servidores de carreira do CISLIPA não recebiam aumento real desde a sua criação, em 2012. Para reverter esse cenário, Adiano Ramos nomeou Daniel Fangueiro como diretor-executivo, junto ao advogado Vinícius Vargas, como procurador geral, e toda a equipe, para elaborar um plano de valorização salarial.
“Trabalhamos dentro de uma planilha para garantir um aumento real de 30% nos salários dos servidores, algo difícil de se ver no Brasil hoje. Além disso, ampliamos o vale-alimentação para R$ 1.500, reconhecendo o empenho desses profissionais“, afirmou o prefeito.
No aspecto estrutural, o CISLIPA também começa a passar por mudanças. Entre as ações planejadas, está a criação de uma base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) na região de Padre Jackson. “Nosso objetivo é garantir que, em situações de bloqueio ferroviário na Roque Vernalha, o atendimento de emergência seja mais ágil“, explicou Adriano Ramos.
Diálogo com os prefeitos
Para garantir a viabilidade dessas mudanças, o prefeito se reuniu com gestores dos sete municípios do Litoral. No entanto, quatro Câmaras Municipais ainda precisam aprovar as legislações necessárias para viabilizar o reajuste salarial dos servidores.
“Paranaguá já fez sua parte. Guaraqueçaba aprovou recentemente, Morretes está em processo, e aguardamos a confirmação de Antonina e Guaratuba. Com isso, poderemos garantir os novos pagamentos e iniciar uma nova fase para o CISLIPA“, detalhou o prefeito.
Adriano Ramos também ressaltou que outros consórcios no Paraná já oferecem serviços especializados que as prefeituras, por conta de burocracias e limitações orçamentárias, não conseguem viabilizar. “Nosso objetivo é tornar o CISLIPA um consórcio forte, organizado e capaz de atender melhor a população“, disse.
Municípios duplicam repasse ao CISLIPA
Segundo o prefeito, a atual administração encontrou um rombo financeiro significativo no consórcio, incluindo dívidas trabalhistas, pendências de FGTS e INSS, além de cerca de 400 ações trabalhistas acumuladas ao longo dos anos. Para viabilizar os aumentos e reequilibrar as contas, os prefeitos dos municípios consorciados aprovaram a duplicação do repasse ao CISLIPA. “Com esse aumento de recursos, conseguimos conceder o reajuste salarial de 30% e elevar o vale-alimentação. Claro, ainda há pendências do passado, mas já estamos dialogando com o sindicato dos trabalhadores para regularizar os pagamentos de novembro, dezembro e janeiro“, afirmou o prefeito.
O procurador-geral do consórcio, Vinícius Vargas, destacou que um dos principais desafios é resolver as mais de 400 ações trabalhistas e garantir a legalidade dos atos administrativos. “Estamos trabalhando para que todas as decisões sejam tomadas com transparência, respeitando os contratos e acordos judiciais existentes“, afirmou.
Infraestrutura e futuro do SAMU no Litoral
Daniel Fangueiro, diretor executivo do CISLIPA, ressaltou a importância desse esforço conjunto para ampliar os serviços de saúde na região. “A ideia é oferecer atendimentos especializados, como oftalmologia e cardiologia, e melhorar a coleta de exames laboratoriais. Mas, para isso, precisamos primeiro resolver as questões financeiras e estruturais“, pontuou.
Outro desafio do CISLIPA é a precariedade das instalações do SAMU, cuja sede em Paranaguá necessita de reformas urgentes. O consórcio já deu início ao processo licitatório para melhorias básicas, como instalação de persianas, camas, colchões, pintura e reparos estruturais.
Além disso, há um esforço para solucionar falhas recorrentes no sistema telefônico do 192. Segundo Fangueiro, a operadora responsável, Vivo, já foi notificada sobre as oscilações no serviço. “Há uma possibilidade de que a central de regulação do SAMU seja transferida para Curitiba, o que poderia melhorar a eficiência do atendimento“, explicou.
Outra prioridade é a ampliação da frota de ambulâncias e o atendimento a regiões de difícil acesso, como Guaraqueçaba. “Já estamos planejando a aquisição de uma ambulância para esses deslocamentos e avaliamos a possibilidade de contratação de horas de voo de helicóptero para resgates emergenciais“, concluiu o diretor.