A Rádio Ilha do Mel apresenta uma seleção de cinco imagens emblemáticas que marcaram o mundo do fotojornalismo. Essas fotografias não apenas documentam eventos significativos, mas também capturam emoções e mudanças sociais profundas, revelando o impacto duradouro que uma imagem pode ter na construção da memória coletiva e na percepção dos acontecimentos históricos.
Explosão e Incêndio do Navio-Tanque Vicuña — Porto de Paranaguá (15 nov 2004)
A explosão do navio-tanque chileno Vicuña no canal do Porto de Paranaguá provocou um incêndio e um grande derramamento de metanol e óleo, atingindo a Baía de Paranaguá e localidades como a Ilha do Mel. O acidente teve um forte impacto ambiental e social, gerando longas disputas judiciais. (Fontes: relatório da Marinha/IBAMA e cobertura local).

Desastre das Chuvas e Deslizamentos do Litoral — “Águas de Março” (10–11 mar 2011)
Chuvas intensas provocaram enchentes e deslizamentos que deixaram milhares de desabrigados em Antonina, Morretes, Paranaguá e Guaraqueçaba. Imagens aéreas e de campo se tornaram referência para a dimensão do desastre e para as ações da Defesa Civil. Fotos de arquivo estatal e jornais locais registraram pontes, ruas submersas e destruição nas encostas. Crédito: imagens de arquivo AEN / fotógrafos de imprensa regional.

“Morte de um miliciano” (1936)
É impossível não lembrar de Robert Capa, considerado o maior fotógrafo de guerra do século XX. Nascido na Hungria em 1913, foi cofundador da agência Magnum e cobriu conflitos como a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial. Sua imagem mais icônica, “Morte de um miliciano” (1936), registra o exato instante em que um soldado republicano é atingido e cai no campo de batalha. Mais do que um registro de guerra, a fotografia tornou-se símbolo universal da fragilidade humana diante da violência, eternizando em um único frame o poder do fotojornalismo de transformar instantes em memória coletiva.

A Bandeira de Iwo Jima – Japão, 23 de fevereiro de 1945
Durante a Batalha de Iwo Jima, na Segunda Guerra Mundial, o fotógrafo Joe Rosenthal (Associated Press) registrou o momento em que seis fuzileiros navais norte-americanos içavam a bandeira dos Estados Unidos no Monte Suribachi. A imagem se tornou instantaneamente um símbolo de vitória, resistência e patriotismo, ganhando o Prêmio Pulitzer e sendo amplamente reproduzida em selos, cartazes e até monumentos. Mais do que representar um episódio militar, a foto se consolidou como ícone visual da Segunda Guerra e exemplo máximo do poder de uma imagem jornalística em construir memória coletiva.

“Serra Pelada” – Pará, 1986
Sebastião Salgado, considerado um dos maiores fotógrafos documentais do mundo, eternizou o cotidiano de trabalhadores em condições extremas. Em sua série sobre o garimpo de Serra Pelada, no interior do Pará, ele registrou milhares de homens descendo e subindo encostas de lama, carregando sacos de terra nas costas em busca de ouro. A imagem, em preto e branco, mostra uma multidão em fileiras, lembrando formigas humanas em uma coreografia exaustiva e desigual. Mais do que um registro documental, a fotografia tornou-se símbolo das contradições sociais brasileiras, revelando ao mundo a face dura do trabalho, da exploração e da esperança que movia aqueles homens.

Esta matéria especial destaca o poder das imagens em capturar e transmitir a essência de eventos marcantes, sejam eles locais ou globais. Desde desastres ambientais que impactam nossa comunidade até registros fotográficos que se tornam símbolos universais, as imagens têm a capacidade única de eternizar momentos e provocar reflexões profundas. Elas nos lembram da fragilidade do meio ambiente, da resiliência humana diante das adversidades e das complexas realidades sociais que nos cercam. Ao revisitar essas histórias, reforçamos nosso compromisso com a memória coletiva e a necessidade contínua de contar e recontar esses capítulos através das lentes que os eternizam.
Fonte: Guilherme Prebianca








