Paranaguá registrou dois casos de estupro de vulnerável contra crianças no último fim de semana, sábado (22) e domingo (23). Os crimes aconteceram, respectivamente, no Jardim Fogueira e no Jardim Esperança. Em ambas as situações, os suspeitos foram detidos e encaminhados à delegacia. As vítimas receberam atendimento médico, que confirmou os abusos, e estão sob acompanhamento do Conselho Tutelar.
Primeiro caso aconteceu no sábado
O primeiro caso foi registrado na noite de sábado (22), quando a mãe de uma menina de dois anos procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Estradinha após notar um comportamento incomum da filha. Segundo relato da mãe à polícia, a criança havia passado a noite anterior na casa do pai, contra quem ela possui medida protetiva e de quem está separada há 6 meses, e dos avós paternos, no Jardim Figueira. Ao ser devolvida no dia seguinte, a menina estava sonolenta e, ao acordar, chorava muito, reclamando de dores.
Durante a conversa com a mãe, a criança verbalizou que o “papai havia machucado”, apontando para suas partes íntimas. A equipe médica da UPA constatou inchaço, vermelhidão e hematomas na região genital da menina. Além disso, durante o atendimento, a criança afirmou “papai me bateu”, reforçando a suspeita de abuso.
A Polícia Militar foi acionada na UPA e, após ouvir o relato da mãe, se deslocou até a residência do suspeito, de 27 anos, onde ele foi encontrado junto à sua família. O homem foi detido e encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos. Durante o transporte, devido a uma “alegada fobia de espaços fechados”, ele foi algemado, medida adotada para prevenir fuga, resistência ou garantir a segurança dos envolvidos. Os pais do suspeito também compareceram à delegacia.
A criança foi transferida ao Hospital Regional do Litoral para exames complementares e acompanhamento especializado. O Conselho Tutelar também foi acionado para garantir a proteção da menina.
Caso no bairro Jardim Esperança
Já na noite de domingo (23), outra ocorrência semelhante foi registrada, desta vez no bairro Jardim Esperança, por volta das 21h. A Polícia Militar foi acionada via 190 para atender a uma denúncia que informava que um homem teria “passado a mão” nas partes íntimas de uma criança de três anos, e populares estariam agredindo o suspeito.
Segundo o boletim de ocorrência, o homem de 45 anos foi flagrado por uma testemunha tocando nas partes íntimas da vítima durante uma confraternização familiar. De acordo com a testemunha, no dia anterior, o suspeito já havia apresentado comportamentos suspeitos, como levar a criança para o quarto sob o pretexto de oferecer doces.
No dia do crime, durante uma festa de aniversário, a testemunha informou que percebeu que o homem subiu a escada em direção ao quarto onde a criança e sua mãe dormiam. O suspeito foi visto levantando o vestido da menina e passando a mão em sua região genital. Ao presenciar a cena, a testemunha imediatamente alertou os demais presentes. O suspeito tentou fugir, mas foi contido e agredido por populares, que deixaram o local antes da chegada da polícia. O homem foi encontrado ferido na testa, sentado no local e consciente.
A mãe da vítima alegou estar dormindo e não ter presenciado o abuso. A criança foi levada à UPA para exames, onde um médico confirmou o estupro. O Conselho Tutelar foi acionado para dar suporte à família da vítima. Já o suspeito recebeu atendimento médico antes de ser conduzido à delegacia, onde permaneceu à disposição da Justiça.
Investigação e medidas protetivas
Os dois casos estão sendo investigados pela Polícia Civil de Paranaguá. O delegado responsável deve solicitar exames periciais complementares e ouvir testemunhas para reunir mais provas contra os suspeitos. A identidade das vítimas e das famílias está sendo preservada para evitar a revitimização das crianças.
A Polícia Civil reforça a importância de denúncias imediatas em casos de violência sexual contra menores. O Disque 100, canal de denúncias do Governo Federal para violações de direitos humanos, está disponível para quem suspeitar de situações de abuso ou negligência. O Conselho Tutelar também pode ser acionado para garantir medidas de proteção às vítimas.