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Paranaguá é a pior cidade com mais de 100 mil habitantes para ser mulher no Brasil, revela estudo

por Redação Ilha do Mel
11/03/2025 - 19:48
Paranaguá é a pior cidade com mais de 100 mil habitantes para ser mulher no Brasil, revela estudo

Em Paranaguá, o ciclo da violência de gênero se mantém em grande parte pela falta de políticas públicas eficazes e pelo déficit na rede de proteção às vítimas. Foto: Istock Photo

Por Luiza Rampelotti 

Paranaguá, cidade histórica e sede do maior porto graneleiro da América Latina, foi classificada como a pior cidade do Brasil para ser mulher. O levantamento, realizado pela organização Tewá 225 e divulgado no último sábado (8), Dia Internacional da Mulher, analisou 319 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes e concluiu que o município do litoral paranaense tem o pior desempenho nos indicadores de equidade de gênero.

A Ilha do Mel FM teve acesso e analisou o estudo, que se baseou no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR 2024) e utilizou como referência os critérios do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS 5) da ONU, que trata da igualdade de gênero e empoderamento feminino. Foram considerados cinco fatores principais para a composição do ranking: taxa de feminicídio, desigualdade salarial entre homens e mulheres, participação feminina na política, percentual de jovens mulheres que não estudam nem trabalham (NENT) e a diferença percentual entre homens e mulheres nessa situação. Paranaguá ficou em último lugar, escancarando um cenário de vulnerabilidade social e econômica para as mulheres.

Segundo o levantamento, a cidade, cuja economia depende majoritariamente das operações portuárias e do agronegócio, apresenta um mercado de trabalho altamente excludente, onde as mulheres são minoria nos empregos formais e ocupam menos de 10% dos cargos de liderança. Além disso, a violência de gênero atinge níveis alarmantes, e a sub-representação feminina na política municipal impede avanços em políticas públicas voltadas para a equidade.

Violência de gênero: um sistema falho de proteção às mulheres

Os números revelam a gravidade do problema: 99% das cidades analisadas no estudo apresentam taxas de feminicídio acima de 3 a cada 100 mil mulheres, um índice considerado alarmante por organismos internacionais.

Em Paranaguá, o ciclo da violência de gênero se mantém em grande parte pela falta de políticas públicas eficazes e pelo déficit na rede de proteção às vítimas. Muitas mulheres enfrentam dificuldades para acessar delegacias especializadas, casas de acolhimento e suporte jurídico, o que as impede de denunciar agressões e buscar ajuda.

A interseccionalidade entre gênero e raça torna a situação ainda mais crítica. No Brasil, 63,6% das vítimas de violência doméstica e feminicídio são mulheres negras, segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). A desigualdade racial aprofunda a vulnerabilidade social, dificultando ainda mais o acesso a oportunidades e à segurança.

Mulheres excluídas do mercado de trabalho em Paranaguá

A economia de Paranaguá gira em torno do setor portuário e do agronegócio, atividades que historicamente excluem as mulheres de cargos estratégicos e operacionais. Dados da Agência Porto (2023) mostram que as operações portuárias na cidade geram aproximadamente 44.257 empregos diretos e indiretos, mas a participação feminina nesse mercado ainda é inferior a 35,3%.

Além de serem minoria, as mulheres que conseguem um emprego formal em Paranaguá enfrentam salários mais baixos do que os homens que ocupam a mesma função, revela o estudo. Segundo o Sebrae (Datampe, 2023), essa disparidade salarial é um dos principais fatores que limitam a independência financeira das mulheres, tornando-as mais vulneráveis à violência doméstica e à exploração econômica.

Outro dado preocupante do estudo aponta que 26,6% das jovens mulheres de 15 a 24 anos em Paranaguá não estudam nem trabalham. O fenômeno das “nem-nem” reflete a ausência de políticas públicas voltadas para a inserção da mulher no mercado de trabalho e para o apoio à educação e capacitação profissional. A carga desproporcional de tarefas domésticas e responsabilidades com os filhos também contribui para esse cenário, já que muitas mulheres não têm creches acessíveis para deixar seus filhos e acabam afastadas do mercado.

Paranaguá e a baixa representatividade feminina na política

A ausência de mulheres nos espaços de poder também contribui para que a desigualdade de gênero permaneça um problema estrutural em Paranaguá. O estudo revelou que 96% dos municípios brasileiros ainda possuem menos de 30% de mulheres na câmara de vereadores, e Paranaguá está entre eles. Em 2024, apenas duas das 19 cadeiras do Legislativo municipal eram ocupadas por mulheres, o que representa 10% do total. Para 2025, houve um avanço tímido, com a eleição de três vereadoras, elevando a representatividade feminina para 15%. Apesar do crescimento, o número ainda está distante de uma composição mais equilibrada e justa.

Sem representatividade política, as mulheres enfrentam dificuldades para ver suas pautas transformadas em políticas públicas eficazes. O levantamento mostra que, por conta disso, questões como creches acessíveis, enfrentamento à violência doméstica, inserção no mercado de trabalho e programas de capacitação profissional não recebem a devida atenção das gestões municipais, perpetuando um ciclo de exclusão e vulnerabilidade.

A baixa presença feminina na política municipal também reflete um problema maior: a cultura política dominada por homens, que historicamente dificultam a ascensão de mulheres a cargos eletivos e de decisão.

Cidades do agronegócio e da Amazônia estão entre as piores para mulheres

Além de Paranaguá, outras cidades também se destacam negativamente no ranking. São Pedro da Aldeia (RJ) e Camaçari (BA) aparecem entre os municípios mais desafiadores para as mulheres, com altas taxas de feminicídio e baixa equidade econômica.

O estudo também apontou que 97% dos municípios da Amazônia apresentam condições extremamente desfavoráveis para a população feminina. A relação entre a dependência da economia agropecuária e a desigualdade de gênero se tornou evidente na pesquisa, que identificou um padrão de exclusão feminina em cidades onde a economia gira em torno do agronegócio.

Por outro lado, nenhuma cidade brasileira alcançou um nível satisfatório de igualdade de gênero. Entre as capitais, Brasília foi a única a obter um indicador médio (50 pontos), enquanto todas as demais registraram índices baixos ou muito baixos.

O que pode ser feito para mudar esse cenário?

Diante dos números alarmantes, especialistas apontam a necessidade de ações concretas para transformar a realidade das mulheres em Paranaguá e no Brasil. Luciana Sonck, coordenadora executiva do estudo, destaca que os dados devem servir como base para mudanças estruturais. “Este estudo se apresenta como uma ferramenta para que os novos gestores compreendam as disparidades que ainda persistem identificadas na pesquisa e adotem políticas públicas mais assertivas”, diz.

Entre as principais medidas apontadas como urgentes estão:

  • Reforço na rede de proteção às vítimas de violência doméstica, com mais delegacias especializadas e suporte jurídico acessível;
  • Programas de incentivo à inserção feminina no mercado de trabalho, reduzindo a disparidade salarial e ampliando oportunidades em setores estratégicos;
  • Investimento na construção de creches e escolas em tempo integral, para permitir que mulheres possam trabalhar sem a sobrecarga do cuidado com os filhos;
  • Maior representatividade feminina na política municipal, com incentivos para candidaturas e cotas para mulheres em cargos de decisão.

Ela são mais da metade da população, mas as mais vulneráveis

No Brasil, as mulheres representam 51,5% da população, mas continuam a ocupar posições de maior vulnerabilidade social, econômica e política. Apesar dos avanços conquistados ao longo das últimas décadas, o cenário ainda é alarmante: em 2023, mais de 1,2 milhão de casos de violência contra mulheres foram registrados no país, incluindo feminicídios, agressões domésticas e violência sexual, segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

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