Ao longo de três anos, a Portos do Paraná recuperou 400 mil metros quadrados de área florestal em Antonina. O anúncio foi feito durante a cerimônia de celebração do Programa de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas. Os visitantes também puderam participar da Feira de Agricultura Familiar promovida com produtos colhidos nas áreas recuperadas.
“Este é um momento de celebração de uma conquista, que é mobilizar a comunidade para a recuperação ambiental e poder conservar uma grande área da Mata Atlântica. Com essa ação, também garantimos o adensamento da biodiversidade, fortalecemos a soberania alimentar e a microeconomia comunitária dos aderentes”, explicou o diretor de Meio Ambiente, João Paulo Santana. Ele acrescentou que a próxima etapa será de monitoramento e preservação ambiental pelos próximos dois anos.
Para a ocupação dos 40 hectares, equivalentes a 40 campos de futebol, foram necessárias 55.719 mudas de 121 espécies nativas (como cedro, ipê-amarelo e roxo), árvores frutíferas nativas (araçá, palmeira-juçara, pitanga, entre outras) e frutíferas exóticas (como laranja, limão, abacate e acerola).
O projeto de recuperação florestal busca reduzir o assoreamento (acúmulo de sedimentos) nos rios da região, visando reduzir a demanda por dragagem (manutenção) dos canais de navegação da área portuária no futuro, promovendo a recuperação de áreas de preservação permanente, como o entorno de nascentes e de rios.
O PRAD é um programa compensatório das obras de dragagem de aprofundamento do Porto de Paranaguá, e é executado conforme metodologia estabelecida junto ao Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade e Ibama.
RECUPERAÇÃO AGROFLORESTAL
O programa foi desenvolvido em propriedades agrícolas parceiras, dentro da Área de Proteção Ambiental Permanente de Guaraqueçaba, em Antonina, nas bacias hidrográficas dos rios Pequeno, Cacatu, Faisqueira e Cachoeira.
As equipes de campo plantaram as mudas que foram produzidas nos oito viveiros implantados pelo projeto ou adquiridas de viveiros de terceiros, nas propriedades dos produtores parceiros.
Os sistemas agroflorestais são sistemas de produção, que conciliam a recuperação da cobertura florestal com a produção de alimentos, podendo ser para o autoconsumo ou geração de renda da família.
Durante o desenvolvimento do programa, 127 famílias fizeram parte dessa parceria e puderam receber o certificado de regularização das propriedades no Cadastro Ambiental Rural. O documento é obrigatório e funciona com um registro de identificação do terreno, feito de forma gratuita para os integrantes do PRAD.
Também foram realizadas oito oficinas que beneficiaram 169 crianças em 12 escolas municipais. Das 17 escolas de Antonina, 12 aderiram ao projeto.
“Começamos com o ciclo de oficinas para a sensibilização e construção do conhecimento. Uma das etapas foi o diagnóstico da escola para implantar os sistemas agroflorestais”, destacou a doutora em engenharia agrícola da empresa de monitoramento ambiental Ecotec, Suzana Alvares, empresa contratada pela Portos do Paraná.
Além da recuperação das áreas degradadas, o projeto buscou conservar 300 hectares de áreas florestais das famílias envolvidas.
As próximas etapas do PRAD serão o monitoramento e a manutenção dos sistemas agroflorestais implantados das áreas degradadas que foram recuperadas. Essa manutenção será a roçada do capim e da vegetação invasora, que dificultam o crescimento das árvores. Também haverá o apoio técnico e manejo da área.
PEGADA DE CARBONO
Além da recuperação florestal, a Portos do Paraná investe em pesquisas relacionadas ao tema. Em parceria com a Fundación Valenciaport, centro espanhol de pesquisa, inovação e formação do setor logístico portuário, serão inventariadas as emissões atmosféricas dos portos paranaenses – a chamada pegada de carbono. A recuperação das áreas de Antonina fará parte da pesquisa.
Outra pesquisa acontece em parceria com a Universidade Federal do Paraná para avaliar a quantidade de sedimento que deixará de chegar até a baía com a recuperação de áreas degradadas pelos SAFs. O projeto busca avaliar a economia futura com obras de dragagem dos canais de acesso aos portos.
Com o PRAD, são contemplados os ODS 2 (acabar com a fome e extrema desnutrição global), 12 (consumo e produção responsáveis), 13 (ação contra a mudança global do clima), 14 (conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável) e 15 (proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres).
Com informações e imagens da Agência Estadual de Notícias