O Rio Grande do Sul está passando pelo pior desastre natural já registrado em sua história, agravado pelo fenômeno climático El Niño, que altera a circulação dos ventos e das águas no Pacífico, intensificando o calor no Brasil. Porém, a crise não se deve apenas a fatores naturais.
O aumento das temperaturas é resultado direto da emissão desenfreada de gases de efeito estufa desde o início da era industrial, no século 18. A temperatura média global tem subido progressivamente durante os eventos de El Niño: em 1998, foi 0,64 °C acima da média; em 2005, 0,69 °C; e em 2016, 0,99 °C. Esses dados indicam que o fenômeno está se tornando cada vez mais intenso.
O aquecimento global já é uma realidade presente, especialmente no Rio Grande do Sul, uma região particularmente vulnerável ao aumento de chuvas extremas. Simulações de computador há anos alertam para essa tendência. É imperativo que se abandone o negacionismo climático e se adote medidas preventivas em todo o país.
Apesar da gravidade, a sociedade parece incapaz de compreender a real dimensão das mudanças climáticas. A falta de percepção do problema é agravada pela representação irreal dos apocalipses em filmes, que sugerem catástrofes de curta duração, diferentemente das tragédias ambientais que se desenrolam ao longo de milênios.
Desastres como o atual no Rio Grande do Sul, o ocorrido no litoral de São Paulo em 2023 e em Petrópolis em 2022 geram momentânea comoção, mas rapidamente são esquecidos por todos, exceto aqueles diretamente afetados. A urgência em lidar com as mudanças climáticas e implementar medidas preventivas nunca foi tão crucial.
Com informações de Super Interessante