Por Luiza Rampelotti
A Prefeitura de Guaratuba decretou Situação de Emergência na última quinta-feira (13) em razão das fortes chuvas que atingiram o município entre a madrugada de sexta-feira (7) e sábado (8). De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o acumulado de precipitação ultrapassou 141 mm em 24 horas, provocando a elevação do nível do Rio Cubatão para 5,8 metros. O volume extremo de água resultou em deslizamentos, alagamentos e destruição de moradias, afetando cerca de 750 famílias, principalmente na zona rural.
A tragédia causou a morte de um casal que residia na localidade de Limeira, nas proximidades do Ribeirão Grande. Ana Paula Alves Cordeiro, de 20 anos, e Irineu Alves, de 25, tiveram sua casa arrastada pela enxurrada. O corpo de Irineu foi encontrado na tarde de sábado (8), em meio a uma plantação de pupunha. Já Ana Paula foi localizada soterrada pela lama em uma plantação de banana, do outro lado do rio, na manhã de domingo (9).
Prejuízos e impactos socioeconômicos
Além das vidas perdidas, oito famílias tiveram suas casas completamente destruídas, enquanto inúmeras outras sofreram danos materiais, como a perda de móveis e eletrodomésticos. A infraestrutura local também foi severamente impactada, com queda de árvores, danos em edificações públicas e comprometimento dos serviços essenciais.
A agricultura foi um dos setores mais afetados. Plantações inteiras ficaram submersas, comprometendo a fertilidade do solo e gerando perdas significativas para os agricultores. O setor pesqueiro também enfrenta incertezas, especialmente em relação à pesca do camarão branco na baía de Guaratuba. O grande volume de água doce e lama que desceu das montanhas pode prejudicar a reprodução da espécie e impactar economicamente os pescadores locais.
Medidas emergenciais
Diante da gravidade da situação, o Decreto nº 26.414 foi publicado pelo prefeito Mauricio Lense (Podemos), estabelecendo medidas emergenciais para resposta ao desastre e reabilitação da cidade. Entre as ações previstas, estão:
- Mobilização de órgãos municipais: a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) coordenará as ações de resposta e reconstrução.
- Convocação de voluntários: a Prefeitura autorizou campanhas de arrecadação de recursos e esforços comunitários para assistência aos desabrigados.
- Autoridade para evacuação forçada: agentes da Defesa Civil poderão entrar em residências para prestar socorro ou evacuar moradores em risco.
- Desapropriação de áreas de risco: propriedades em locais inseguros poderão ser desapropriadas, com compensação aos proprietários, visando à realocação das famílias.
- Dispensa de licitação: contratações emergenciais para aquisição de bens e realização de obras poderão ocorrer sem a necessidade de licitação, desde que concluídas em até 180 dias.
A declaração de emergência possibilita que Guaratuba solicite apoio estadual e federal, agilizando o repasse de recursos e assistência humanitária para a população afetada.