O ciclone extratropical formado no Rio Grande do Sul provocou ventos constantes e rajadas fortes em diversas regiões do Paraná nesta quarta-feira, 10, incluindo cidades do Litoral como Paranaguá. Embora o sistema não esteja atuando diretamente sobre o Estado, seus efeitos se intensificaram desde a madrugada, alterando o padrão climático e elevando a velocidade dos ventos além da média registrada nos últimos dias, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná, Simepar.
VENTOS
Desde 1º de dezembro, Curitiba registrava ventos médios entre 6 km/h e 9 km/h. Nesta quarta, até as 8h, os valores subiram para entre 12 km/h e 26 km/h. Em Paranaguá, onde a média não ultrapassava 9 km/h desde o início do mês, os ventos passaram a variar entre 9 km/h e 18 km/h após as 5h.
O fenômeno também alterou o comportamento dos ventos em outras regiões: em Pato Branco, as médias passaram de até 12 km/h para valores entre 14 km/h e 22 km/h; em Maringá, de 11,9 km/h para picos que alcançaram 24,8 km/h. No Oeste, Cascavel registrou aumento menor, mas perceptível, atingindo 17,6 km/h.
RAJADAS
As rajadas, que são aumentos bruscos da velocidade do ar, também tiveram destaque. Em Curitiba, a estação da prefeitura no Boqueirão marcou 72 km/h às 8h50. Outras seis regiões monitoradas pelo Simepar registraram valores acima de 60 km/h no mesmo período.
Entre os destaques estão Fazenda Rio Grande, com 60,5 km/h; General Carneiro, com 73 km/h — na estação inaugurada este mês —; Laranjeiras do Sul, com 63 km/h; Distrito de Horizonte, em Palmas, com 63,7 km/h; e Santa Maria do Oeste, com 77,4 km/h. O maior valor foi registrado na nova estação do Pico Marumbi: 126,7 km/h às 8h15.
CICLONE
De acordo com o meteorologista do Simepar, Lizandro Jacóbsen, o ciclone atua sobre a costa gaúcha e segue influenciando o Paraná.
“Especialmente nas cidades portuárias teremos um pouco mais de problemas, em função do mar mais agitado, e as rajadas de vento dificultam a navegação”, explicou.
No continente, as temperaturas variam conforme a região, com sensação mais abafada no Noroeste e máximas próximas dos 30°C. No Litoral, as mudanças no vento também afetam o ambiente marítimo e portuário.
MAR
Nesta quinta, 11, a direção dos ventos muda para sul e sudeste, deixando o mar mais agitado no Litoral. Segundo o Simepar, as ondas podem aumentar e prejudicar a navegação, incluindo operações na área do Porto de Paranaguá.
CHUVA
O ciclone também favoreceu acumulados de chuva expressivos no Paraná. A segunda-feira, 8, teve o maior volume de 2025 em Loanda, com 59,6 mm. Na terça, 9, Londrina registrou 85 mm, o maior do ano.
As estações do Simepar registraram, ainda, acumulados elevados em Altônia, Toledo, Santa Helena, Guaíra, Cornélio Procópio e Apucarana.
Nesta quinta, o sistema perde força, com redução do vento e apenas pancadas isoladas no Oeste. Na sexta, 12, um novo sistema de baixa pressão se forma no Paraguai e pode provocar novos temporais, principalmente no Oeste e Noroeste.
O Simepar reforça que a população deve acompanhar alertas da Defesa Civil. Para receber mensagens, basta enviar SMS para 40199 com o CEP da residência.
Com informações da AEN










