Por Elano Squenine sob supervisão de Luiza Rampelotti
O acúmulo de lixo nas ruas Francisco Machado e Alípio dos Santos, no bairro Serraria do Rocha, em Paranaguá, tem gerado preocupação entre os moradores da região. Segundo eles, o descaso com o recolhimento de resíduos por parte do Poder Público já dura semanas, agravando a situação com a proliferação de ratos e outros vetores transmissores de doenças, como a dengue. A proximidade do lixo com o Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto intensifica o temor, especialmente pelo risco à saúde dos estudantes e da comunidade local.
O departamento de jornalismo da Rádio Ilha do Mel FM recebeu diversas imagens que mostravam a situação preocupante. A pedido dos moradores, a equipe de reportagem foi até o local para conferir de perto o problema e ouvir os relatos de quem convive diariamente com o lixo próximo às suas residências.
Lucimara do Rocio, moradora do bairro, desabafou durante a entrevista. “A gente sofre com esse lixo aqui faz bastante tempo. Vem, é retirado, mas volta de novo. A situação já está preocupante, principalmente por causa das doenças. O lixo atrai ratos à noite e também é perigoso para a dengue. Quando chove, acumula água, e a gente tem medo dos mosquitos. Uma tampinha de água já pode procriar mosquito, imagina o tanto de lixo que tem aqui? A gente espera que alguém tome uma atitude. Nós, moradores, não temos como ficar na esquina impedindo as pessoas de jogar lixo. Precisamos de uma solução urgente”, disse.
Necessidade de soluções urgentes
Outra moradora, Beatriz Colodel, destacou a falta de continuidade nas ações para resolver o problema. “No começo, colocaram uma caçamba aqui, mas jogaram fogo dentro dela e colocaram coisas que não tinham nada a ver. Depois, a caçamba foi retirada e o lixo continuou. As autoridades precisam ver a situação dos moradores da Serraria do Rocha/Vila Ruth. Não é legal morar em um lugar onde o lixo só se acumula. É feio para a cidade, especialmente na frente da escola”, comentou.
Ela destacou, ainda, a necessidade de soluções concretas, como a instalação de placas proibindo o descarte, maior fiscalização e ações de conscientização. Beatriz também fez um alerta aos próprios moradores para que façam a sua parte. “Alguém precisa tomar uma providência nessa situação, seja colocando uma placa avisando ‘É proibido jogar lixo aqui’ ou algo parecido. Parece que algumas pessoas não entendem quando se diz para não jogar lixo. Nós cobramos tanto das autoridades, mas também precisamos nos cobrar e fazer a nossa parte”, refletiu.
Adilson Pires, líder comunitário, também avaliou a situação como alarmante. “O problema do lixo aqui é gravíssimo. Os moradores não estão aguentando mais. Quando chove, o lixo invade as casas, acumulando nos portões. E nos dias de sol, a quantidade de ratos e o risco de doenças aumentam ainda mais. O que mais preocupa é que, mesmo com as intervenções, o problema persiste. Os moradores acordam e encontram lixo na porta. Isso não pode continuar”, lamentou.
O morador reivindica a presença da Secretaria do Meio Ambiente e da Secretaria da Saúde no local para realizarem uma vistoria, identificarem os riscos ambientais e de saúde pública e tomarem as medidas necessárias para resolver o problema.
O que diz a Prefeitura
A Ilha do Mel FM questionou a Prefeitura de Paranaguá sobre o assunto. De acordo com o Poder Municipal, a coleta de resíduos no bairro Serraria do Rocha segue o cronograma previamente estabelecido, e não há registro de interrupções no serviço.
“O cronograma contempla três tipos de coleta: Seletiva (recicláveis); Rejeitos (orgânicos não compostáveis) e Volumosos (móveis, restos de poda e outros). No caso do endereço mencionado na matéria, o problema está relacionado ao descarte irregular de volumosos, cuja coleta ocorre mensalmente. Em pontos críticos, como o citado, equipes atuam com maior frequência e também sob demanda para minimizar os impactos”, afirmou a Prefeitura.
Segundo a Prefeitura, para combater o problema, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente tem realizado ações específicas, incluindo:
- Conscientização da população sobre o cronograma de coleta e a importância da fiscalização comunitária.
- Reforço na limpeza e recuperação das áreas afetadas, com melhorias urbanísticas como criação de praças, calçadas e plantio de flores.
“O descarte irregular, realizado tanto por catadores autônomos quanto por parte dos próprios moradores, tem dificultado as soluções definitivas. A SEMMA continua monitorando a situação e reforça o pedido de colaboração da comunidade para garantir um ambiente mais limpo e saudável. A solução depende de um esforço conjunto entre o poder público e a população”, concluiu a Prefeitura.