O prefeito de Paranaguá, Adriano Ramos (Republicanos) publicou, na última segunda-feira (21), o Decreto nº 134, que institui um Grupo de Trabalho (GT) para revisar e propor ajustes necessários nas obras da Avenida Senador Atílio Fontana. A medida visa garantir a eficiência e qualidade dos serviços em execução, com a participação de profissionais especializados em diversas áreas da engenharia.
O grupo será composto por seis engenheiros de diferentes secretarias municipais, sob a coordenação de Carlos Eduardo Xavier Zacharias, engenheiro civil da Secretaria Municipal de Obras Públicas (SEMOP). O time conta ainda com Alan Angel Solis, engenheiro eletricista da Secretaria Municipal de Segurança (SEMSU); Christianne Maria Gomes Tavares do Nascimento, engenheira civil da SEMOP; Reilly da Cunha Algodoal, engenheiro civil da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (SEMPLOG); e Ruy José Ribeiro e Silvio César Loyola, ambos engenheiros civis da Unidade Gestora do Programa (UGP).
De acordo com o decreto, o grupo de trabalho terá um prazo de 120 dias para apresentar um relatório conclusivo com diagnósticos e sugestões para eventuais ajustes nas obras da avenida.
Histórico da obra
A pavimentação da Avenida Senador Atílio Fontana teve sua Ordem de Serviço assinada em agosto de 2023, ainda na gestão do ex-prefeito Marcelo Roque (PSD), com um investimento superior a R$ 63 milhões por parte da Prefeitura de Paranaguá. A obra, que deveria ser concluída em 18 meses, ou seja, até fevereiro de 2025, foi licitada e vencida pelo Consórcio Alexandra, composto pelas empresas Copasa, BRF e Serra da Prata.
O objetivo principal da pavimentação é melhorar o acesso ao Porto de Paranaguá, um dos principais eixos logísticos do estado. Com mais de nove quilômetros de extensão, a avenida é considerada estratégica para o desenvolvimento econômico da região, facilitando o transporte de cargas e atraindo novos investimentos industriais.
No entanto, algum tempo após o início das obras, o Consórcio Alexandra abandonou o projeto, levando a uma série de atrasos. A Prefeitura precisou assumir a execução dos serviços com sua própria equipe técnica. Em 2024, o então Secretário de Obras, Ildeivan da Silva Junior, relatou que apenas entre 20% e 25% da obra havia sido concluída, muito abaixo da previsão original de 60%.
Problemas e questionamentos
Diante do abandono do consórcio, diversas questões foram levantadas pela população e imprensa local. Em novembro de 2024, a Ilha do Mel FM questionou a Administração Municipal anterior sobre o andamento da obra, sem obter respostas. Dentre as perguntas encaminhadas estavam:
- Qual foi o percentual de execução previsto no contrato até o momento do abandono das obras pelo consórcio?
- Por que o consórcio abandonou a obra?
- Quais medidas foram tomadas para evitar o abandono?
- Se a Prefeitura possuía recursos e equipe para executar a obra, por que a terceirização foi a opção inicial?
- Qual o impacto financeiro e de cronograma causado pelo abandono do consórcio?
- Foram aplicadas penalidades previstas em contrato contra o consórcio?
- Qual o percentual atual de conclusão da obra?
- Há um novo cronograma de entrega?
- Há intenção da Prefeitura em processar o consórcio por descumprimento contratual?
- Como a população pode acompanhar o andamento e os gastos da obra?
Por Luiza Rampelotti