Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, o Brasil recuperou, nesta semana, o reconhecimento oficial da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como país livre da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o último caso registrado no território nacional ocorreu em junho de 2022, no Amapá.
Embora o certificado represente um avanço importante, especialistas alertam para a necessidade de manter altas taxas de vacinação, especialmente entre crianças. O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que pode causar complicações graves, como diarreia, pneumonia, encefalite (inflamação do cérebro) e até cegueira.
Em Paranaguá, a superintendente de Assistência à Saúde, Ghislaine Corrêa, disse em entrevista à Rádio Ilha do Mel FM que a cobertura vacinal no município ainda está abaixo da meta de 95%. “Temos enfrentado desafios como o impacto das fake news, atrasos na atualização das carteirinhas de vacinação e a procura tardia por imunização, especialmente em períodos de renovação de matrícula escolar”, explica.
Para contornar esses desafios, a Prefeitura de Paranaguá intensificou as estratégias de vacinação, incluindo ações em escolas, creches e entidades como asilos. “Temos um projeto chamado Vacinar para Não Voltar, que reforça a importância da imunização para evitar o retorno de doenças como o sarampo. Realizamos campanhas em escolas, conscientizamos os pais e aplicamos as vacinas diretamente nas unidades de ensino quando há autorização”, conta Ghislaine durante entrevista.
Segundo a superintendente, a Secretaria de Saúde mantém um estoque regular de vacinas, com cerca de 850 doses disponíveis, ajustadas de acordo com a demanda da população. “Também realizamos ações específicas, como visitas domiciliares de agentes comunitários, que verificam as carteirinhas e convidam as famílias a irem até as unidades de saúde para atualizar as vacinas”, afirma.
Além das ações diretas, o Município aposta na educação para combater a desinformação sobre vacinas. “Firmamos parcerias com a Secretaria de Educação e o Ministério Público para incluir a temática da vacinação como parte das disciplinas escolares. Criamos cartilhas lúdicas para as crianças levarem informação para casa e envolvemos agentes comunitários e equipes de saúde em palestras e eventos”, explica Ghislaine ao departamento de jornalismo da Ilha do Mel FM.
Apesar das dificuldades, Paranaguá não registra casos confirmados de sarampo desde 2019, segundo a superintendente. “Seguimos vigilantes para evitar o retorno da doença e esperamos que as ações previstas para 2024 multipliquem os bons resultados que tivemos este ano. A conscientização e a adesão das famílias são fundamentais para manter o sarampo longe da nossa comunidade.”
A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde de Paranaguá. Para receber a imunização, é necessário ter entre 12 meses e 59 anos de idade.