Na próxima segunda-feira (25), o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres será marcado por ações de conscientização em Paranaguá. A data, que homenageia as irmãs Mirabal, conhecidas como “Las Mariposas”, assassinadas em 1960 na República Dominicana por sua oposição ao regime ditatorial, simboliza a luta contra a violência de gênero em todo o mundo.
Em Paranaguá, a programação faz parte dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que começaram no dia 20 de novembro, em alusão ao Dia da Consciência Negra, e seguem até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A coordenadora da Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Municipal (GCM) Márcia Garcia destaca que, apesar do foco especial neste período, o trabalho pela proteção e conscientização ocorre durante todo o ano.
“Trabalhamos os 365 dias do ano, mas essas ações intensificadas são para alertar, orientar e conscientizar a população. Durante os 21 dias, estaremos promovendo palestras, blitz educativas, e orientações em escolas, empresas e locais públicos, com distribuição de panfletos sobre os tipos de violência e os canais de ajuda disponíveis. O objetivo é que cada vez mais mulheres saibam onde buscar apoio e como denunciar”, afirma Márcia.
Programação e rede de apoio
No dia 25, uma blitz educativa será realizada na esquina da Prefeitura de Paranaguá (Rua Júlia da Costa), com a distribuição de materiais informativos. A ação inclui a divulgação do novo número da central de atendimento da Guarda Civil Municipal, o 3721-1846, além de orientações sobre a Rede de Proteção à Mulher da cidade.
De acordo com Márcia Garcia, o município conta com um robusto sistema de apoio às vítimas de violência, que envolve a Patrulha Maria da Penha, a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), o Poder Judiciário e o Ministério Público. Essa estrutura integrada facilita o acesso das mulheres aos serviços necessários.
“A rede de proteção de Paranaguá é muito grande e bem estruturada. Nossa promotora está em contato direto conosco, o que facilita as ações preventivas e de atendimento às vítimas. Sempre orientamos que, mesmo que as pessoas não queiram se envolver diretamente, denunciem qualquer caso de violência por meio dos canais disponíveis. A denúncia pode salvar vidas”, ressalta a guarda municipal.
Conscientização como ferramenta de mudança
Márcia, que está há quase seis anos à frente da Patrulha Maria da Penha, destaca os avanços obtidos com o trabalho de conscientização na cidade. “Hoje, muitas mulheres já sabem seus direitos e onde procurar ajuda. Nosso objetivo é que nenhuma mulher permaneça em um ciclo de violência. Como diz Maria da Penha: ‘A vida começa quando a violência termina’”, reforça.
Entre as atividades programadas, também estão palestras em escolas e empresas, que abordarão os tipos de violência, como física, psicológica, patrimonial e sexual, e os caminhos para buscar proteção e romper o ciclo de abusos.
Denúncia e apoio
A população pode denunciar casos de violência ou buscar orientação pelos canais da Guarda Civil Municipal, Polícia Militar ou em qualquer unidade da rede de proteção. A ligação pode ser anônima, e é possível solicitar visitas preventivas para evitar novas ocorrências.
“Nosso recado é claro: não permaneça em nenhum tipo de violência. Procure ajuda. Não importa o canal, estamos aqui para acolher e proteger”, finaliza Márcia Garcia.