Por Luiza Rampelotti
Após uma visita de fiscalização na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paranaguá, na noite da última sexta-feira (3), o prefeito Adriano Ramos (Republicanos) e a secretária municipal de Saúde, Patrícia Muzetti Vianna Scacalossi, anunciaram uma série de ações emergenciais para enfrentar os problemas de atendimento enfrentados pela população. A visita ocorreu após diversas reclamações de demora nas consultas e superlotação.
Durante uma coletiva de imprensa ao final da fiscalização, Ramos destacou que a situação caótica na UPA é reflexo da gestão anterior, comandada pelo ex-prefeito Marcelo Roque. De acordo com o prefeito, o atraso nos pagamentos a empresas credenciadas, responsáveis por fornecer médicos, comprometeu o funcionamento do serviço.
“Estivemos lá das 23h até por volta das 2h20 da manhã. Não nos conformamos com o que está acontecendo na UPA. Tivemos reuniões no sábado e, nesta segunda-feira (7), convocamos os responsáveis da FASP (Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá), além das empresas de credenciamento, para discutir soluções”, afirmou Ramos.
Reunião com secretários e empresas credenciadas
Na segunda-feira à tarde, o prefeito reuniu os secretários municipais, a diretoria da FASP e representantes das empresas credenciadas para definir ações concretas. A principal demanda foi a necessidade de agilizar o atendimento, reduzir as filas e garantir um tratamento mais humanizado aos pacientes.
Segundo Adriano Ramos, uma das primeiras medidas será a revisão do Programa Estratégia Saúde da Família, com a proposta de ampliar o horário de funcionamento de algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) até às 22h. “Se conseguirmos estender o horário das UBS, poderemos direcionar parte da demanda para esses locais e desafogar a UPA”, explicou.
O prefeito também anunciou que será feita uma análise jurídica para avaliar a possibilidade de reduzir o número de empresas credenciadas, atualmente em sete. “O excesso de empresas gera dificuldades no gerenciamento e falhas no atendimento. Houve casos em que empresas não informaram seus profissionais, deixando a UPA sem médicos durante plantões importantes”, alertou.
De acordo com Hugo Damasceno, representante da Sociedade Paranaense de Medicina (SPM), empresa credenciada que presta serviço para a FASP, o tempo médio para faturamento em Paranaguá chega a 90 dias, enquanto em outros municípios a média é de 30 a 40 dias.
“Isso gera um descontentamento muito grande entre os profissionais de saúde. Acaba prejudicando a reputação do município e dificulta a formação de uma equipe coesa, comprometida e com vínculo contínuo na UPA”, explicou Damasceno.
Para ele, a iniciativa do prefeito de regularizar os pagamentos e melhorar o fluxo de atendimento nas unidades básicas e na UPA é fundamental. “Se conseguirmos fidelizar o corpo clínico, a melhora no atendimento será extraordinária”, destacou.
Falta de pagamentos e irregularidades
Durante a reunião, representantes das empresas credenciadas relataram que ficaram até três meses sem receber pagamentos, o que resultou em dificuldades para remunerar médicos e manter os serviços. Ramos ressaltou que algumas empresas apresentaram recibos comprovando atrasos nos salários de novembro e dezembro.
“Identificamos que a gestão anterior deixou pendências que recaíram sobre nós. Empresas sem pagamento, contratos ampliados até março sem a devida transição. Estamos buscando soluções jurídicas para cancelar ou rever esses contratos, de forma a garantir um atendimento mais eficiente e transparente para a população”, pontuou o prefeito.
De acordo com Hugo Damasceno, representante da Sociedade Paranaense de Medicina (SPM), empresa credenciada que presta serviço para a FASP, o tempo médio para faturamento em Paranaguá chega a 90 dias, enquanto em outros municípios a média é de 30 a 40 dias.
“Isso gera um descontentamento muito grande entre os profissionais de saúde. Acaba prejudicando a reputação do município e dificulta a formação de uma equipe coesa, comprometida e com vínculo contínuo na UPA”, explicou Damasceno. Para ele, a iniciativa do prefeito de regularizar os pagamentos e melhorar o fluxo de atendimento nas unidades básicas e na UPA é fundamental. “Se conseguirmos fidelizar o corpo clínico, a melhora no atendimento será extraordinária”, destacou.
Próximos passos
Entre as ações emergenciais já definidas estão:
- Ampliação do número de médicos nos plantões noturnos e de finais de semana, caso haja disponibilidade orçamentária;
- Revisão de contratos com empresas credenciadas para reduzir o número de prestadoras de serviço e melhorar a gestão;
- Extensão do horário de funcionamento das UBS até às 22h, aliviando a demanda na UPA durante a noite;
- Acompanhamento jurídico para avaliar a rescisão de contratos com empresas que não estejam cumprindo suas obrigações.
“Nos próximos dias, teremos respostas mais concretas sobre o que podemos ou não fazer. Caso não haja possibilidade de ações imediatas, vamos preparar um novo processo licitatório para corrigir essas falhas”, concluiu Adriano Ramos.
A secretária municipal de Saúde, Patrícia Muzetti Vianna Scacalossi, reforçou que o município está investindo na retomada do Programa Estratégia Saúde da Família (ESF). O objetivo é fortalecer o atendimento preventivo nas unidades básicas de saúde, evitando a sobrecarga na urgência e emergência.
“Estamos trabalhando para que as unidades básicas cumpram o papel de prevenção e cuidado do paciente, evitando que ele precise de atendimento emergencial. Queremos resgatar esse trabalho, oferecendo um serviço de qualidade que ajude a desafogar a UPA, permitindo que a emergência atue, de fato, como emergência”, afirmou Scacalossi.