O STUDIUM MUSICAE – Ateliê de Música Histórica faz o concerto “Rotas da Seda: a música do mundo” no pátio histórico do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR em Paranaguá. A apresentação será no dia 16 de abril, às 19h, e integra o projeto da primeira turnê do grupo pelo Paraná, que prevê concertos em oito cidades. O grupo segue assim seu papel de referência em música histórica no Estado. A turnê é possível graças ao Programa de Fomento e Incentivo à Cultura – PROFICE, da Secretaria da Cultura do Estado do Paraná e ao incentivo da Copel, e foi idealizada e produzida por Alvaro Collaço. Em Paranaguá há o apoio da Prefeitura de Paranaguá, através da Secretaria de Cultura e Patrimônio Histórico.
O concerto será no pátio do Museu, que no passado foi o primeiro Colégio de Jesuítas do Paraná, inaugurado em 1755.“O grupo sente-se muito honrado em razão dessa parceria com a Secretaria, que possibilitou que agendássemos esse local histórico construído no século XVIII, às margens do Rio Itiberê”, celebra Alvaro Collaço. “Vai ser algo especial não só para o público, mas para os próprios músicos”.
A proposta do concerto “Rotas da Seda” vai para além da música. Mostra a relevância da fé, do comércio, do intercâmbio entre povos, não só considerando condições geográficas. As Rotas iniciam séculos antes do nascimento de Cristo e permanecem ativas no século XXI. E atualmente, inclusive, governos pretendem reinventá-las até de forma virtual.
O programa de concerto revela uma expansão do Studium Musicae em relação ao seu repertório. Se no passado, antes da sua retomada em 2022, o grupo se dedicava à música histórica europeia, agora incluiu nas suas apresentações música oriental- chinesa e japonesa, inclusive-, valorizando a compreensão do quanto já era sonora a terra em tempos antigos. O concerto é um mosaico de estilos, considerando as línguas e a cultura de cada região e uso de diferentes instrumentos.
“Estamos levando ao público um repertório extremamente inusitado e curioso. São temas oriundos de tradições musicais diversas que primam pelos contrastes geográficos e culturais. Uma viagem sonora singular”, afirma Plínio Silva, que participa do Studium desde quando o grupo se chamava Conjunto Renascentista de Curitiba, nos anos 80. Flávio Stein, outro integrante da primeira formação, não esconde sua empolgação com o momento atual do grupo. “Estamos muito animados com a turnê. Temos curiosidade de voltar em grupo às cidades do interior. E queremos saber como essa música vai soar para o público jovem de hoje. Lá atrás éramos nós os jovens e tínhamos um público imenso, também de jovens”. Os dois músicos dividem a direção geral do grupo.
O Studium Musicae é formado por Flávio Stein, Norberto Pavelec e Plínio Silva, músicos que participaram da primeira formação nos anos 80, Júlio Cesar Coelho que integrou o grupo nos anos 90, Daniele Oliveira, Márcia Kaiser e o percussionista Fábio Mazzon, que participam desde 2022 e Mateus Sokolowski, desde 2024.
História documentada
O Studium Musicae não teve sempre esse nome. Chamava-se Conjunto Renascentista de Curitiba. O Renascentista foi criado em 1981 pelagambista Eunice Brandão (1960-2001), com apoio da Fundação Cultural de Curitiba, do maestro e cravista Roberto de Regina e da cravista Ingrid Serafim. Em 1983, o Renascentista passa a se chamar Studium Musicae e no ano seguinte grava o LP “As Cruzadas”: o primeiro dedicado integralmente a música medieval em todo país.Nos anos 80 e 90 integrantes do grupo criaram importantes festivais de música organizados em Curitiba.
Em 1987, o Studium fez sua primeira parada, retornando em 1990 com nova formação, que perdura até 1994, quando realizam uma turnê pelos Países Baixos e que gerou o CD “HollandTour”, gravado ao vivo em uma igreja em Thesinge. Em 2022 o grupo ressurgiu após o lançamento do CD triplo “Tríptico”,produzido por Alvaro Collaço e que trouxe gravações das primeiras formações. Essa história está sendo contada no documentário “Música Inesperada”, dirigido por Neni Glock, lançado em 10 de abril na Cinemateca de Curitiba.