Uma mulher que ficou conhecida por furtar um fardamento do Corpo de Bombeiros de Morretes e trancar os militares no quartel, na última sexta-feira (24), voltou a ser notícia após protagonizar uma série de incidentes que exigiram a intervenção das forças de segurança. Apenas em janeiro, foram registrados oito Boletins de Ocorrência (B.O.) relacionados ao seu nome.
A mulher, de 36 anos, que sofre de esquizofrenia, é suspeita de envolvimento em diversos crimes na cidade, incluindo furtos, incêndio criminoso e resistência à prisão, o que tem gerado preocupação na comunidade local e exigido uma atuação constante das autoridades.
O caso mais recente aconteceu no sábado (25), quando ela incendiou a cela da Delegacia de Polícia Civil. Segundo o B.O., ela utilizou uma pequena porção de lã de aço para provocar um curto-circuito no bocal da lâmpada, resultando em chamas que danificaram a espuma dos colchões. Os agentes de plantão agiram rapidamente para conter o fogo e acionaram o Corpo de Bombeiros, que avaliou os danos e garantiu a segurança da carceragem.
Trancou os bombeiros no quartel
Este episódio ocorreu um dia após a prisão em flagrante da suspeita, na madrugada de sexta-feira (24), quando ela invadiu o quartel do Corpo de Bombeiros de Morretes sem ser percebida e furtou o fardamento de um 3º sargento. Além disso, a mulher subtraiu a chave de uma ambulância de suporte básico de vida, e trancou os integrantes do grupamento dentro da unidade, levando a chave consigo.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, a suspeita foi localizada por policiais militares na região da Reta do Porto, trajando o uniforme furtado, e foi conduzida de volta ao quartel, onde a ocorrência foi confirmada. Durante a abordagem, ela confessou ter subtraído os itens, mas não soube informar onde deixou a chave da ambulância, o que impossibilitou o atendimento a emergências na cidade, pois o veículo não possuía uma chave reserva disponível na unidade.
O B.O. informa que a mulher passou a demonstrar comportamento agitado e resistência à prisão, sendo necessário o uso de algemas. A caminho da delegacia, ela tentou fugir, sendo contida pelas equipes. Ao ser colocada na cela da delegacia, iniciou um novo tumulto ao atear fogo no colchão, causando um incêndio que precisou ser contido pelos próprios policiais com baldes de água. Após o controle das chamas, ela foi retirada da cela e mantida sob vigilância enquanto os bombeiros faziam uma vistoria no local.
Ainda de acordo com os registros policiais, a suspeita tentou fugir novamente da delegacia ao correr em direção ao portão, mas foi impedida pelos agentes. Depois de ser realocada em outra cela, ela ainda teria começado a se jogar contra as grades e paredes, resultando em ferimentos pelo corpo.
Aguardando vaga para internamento
Moradores de Morretes relatam que os transtornos causados pela mulher têm se tornado frequentes, trazendo insegurança e prejuízos à cidade. Além dos danos ao patrimônio público, há relatos de comportamento agressivo e tentativas constantes de fuga. Diante da reincidência dos casos, a população tem cobrado ações efetivas das autoridades, questionando as abordagens adotadas e os recursos disponíveis para lidar com situações que envolvem saúde mental.
De acordo com informações obtidas pela Ilha do Mel FM, a mulher é paciente da rede pública de saúde e fazia acompanhamento ambulatorial regular na Unidade de Saúde próxima à sua residência. A Secretaria Municipal de Saúde de Morretes informou que ela apresentou um surto psicótico nos últimos dias, sendo encaminhada à unidade hospitalar do município e inserida na Central de Vagas do Estado para leitos psiquiátricos, em caráter de alta prioridade. No entanto, a vaga ainda não foi disponibilizada, uma vez que a liberação depende exclusivamente da gestão estadual.
“A saúde mental é um problema que precisa ser tratado com a devida seriedade. Estamos empenhados em oferecer todo o suporte necessário, mas há uma dependência da disponibilidade de vagas na rede estadual“, informou a Prefeitura de Morretes à Ilha do Mel FM.