No último sábado (11), o prefeito de Paranaguá, Adriano Ramos (Republicanos), realizou uma live nos trapiches da cidade para esclarecer os problemas enfrentados pelas estruturas náuticas e as medidas emergenciais adotadas pela Administração Municipal recém-empossada. A transmissão abordou uma série de questões, desde a precariedade dos trapiches até as dificuldades herdadas da gestão anterior.
Trapiche interditado
Durante a live, Adriano Ramos enfatizou que a atual situação dos trapiches é resultado de anos de abandono e falta de manutenção. “Infelizmente, essa é mais uma herança maldita que recebemos. Esses trapiches, fundamentais para o transporte e a economia local, estão em condições críticas. Inclusive, já tivemos casos de acidentes envolvendo moradores e turistas”, afirmou o prefeito.
Segundo o secretário de Obras, Ozéias Rebello Costa, uma vistoria técnica recente identificou problemas estruturais graves em várias instalações, o que levou à interdição do trapiche de embarque e desembarque de passageiros localizado atrás do palco Tutóia, no Centro Histórico, na margem esquerda do Rio Itiberê. Ele destacou que a medida foi necessária para garantir a segurança dos usuários. “No dia da chegada de um navio de passageiros, tivemos que interditar um trapiche para evitar o risco de desabamento e possíveis acidentes graves. Estamos priorizando a segurança da população e dos visitantes”, disse.
De acordo com ele, conforme o laudo emitido pela Secretaria de Obras, o tablado superior da estrutura foi executado inadequadamente utilizando viguetas treliçadas comuns e não cobre minimamente as armaduras que, em contato com a constante alternância das marés, sofrem corrosão externa ao longo do tempo, deixando de fornecer apoio às vigas laterais. “A estrutura está comprometida porque não há ferragens que segurem a laje de apoio. Há risco à vida humana e à imagem da cidade”, disse o secretário.
Ações emergenciais e força-tarefa
Adriano Ramos anunciou que a Prefeitura está trabalhando em parceria com o Governo do Estado para implementar soluções emergenciais. Um trapiche flutuante será instalado nos próximos dias, fruto de uma ordem de serviço assinada pelo diretor do Patrimônio Natural do Instituto Água e Terra, Rafael Andreghetto. “Estamos agindo com muita responsabilidade e transparência. Já solicitamos o licenciamento necessário, e o trapiche estará em funcionamento até a próxima quinta-feira (16)”, garantiu o prefeito.

A secretária de Serviços Urbanos, Christianara Folkuenig, a Chris Rosa, explicou que o processo para recuperação dos trapiches já existia desde 2022, mas não foi concluído pela gestão anterior, chefiada pelo ex-prefeito Marcelo Roque (PSD). Agora, a Prefeitura busca acelerar os trâmites para garantir a reestruturação definitiva dessas instalações.
Participação da Câmara e compromisso com a fiscalização
A live contou ainda com a presença do presidente da Câmara Municipal, vereador Adalberto Araújo (Republicanos), e outros parlamentares que integram a força-tarefa. Adriano Ramos destacou a importância do apoio legislativo e da fiscalização dos vereadores. “Eles têm total liberdade para fiscalizar nossas ações. Esse é um trabalho conjunto, e estamos empenhados em colocar Paranaguá no rumo do desenvolvimento”, declarou.
Problemas acumulados e desafios da nova gestão
Além dos trapiches, o prefeito abordou outros problemas enfrentados pela cidade, como alagamentos recorrentes, precariedade nos serviços públicos e dívidas deixadas pela administração anterior. Adriano revelou que o município teve que arcar com dívidas relacionadas a rescisões de cargos comissionados e férias de professores, mesmo com um repasse de R$ 21 milhões da Câmara ao final da gestão anterior.
“Estamos descobrindo situações problemáticas todos os dias. A falta de manutenção das galerias pluviais durante anos é um exemplo disso. Apesar das dificuldades, nossa equipe está trabalhando de forma incansável para superar esses desafios”, ressaltou o prefeito.
Adriano Ramos garantiu que a administração está comprometida em reverter os problemas históricos de Paranaguá. “Estamos trabalhando 15 a 16 horas por dia para colocar a cidade nos trilhos. Nosso objetivo é transformar Paranaguá em uma referência de desenvolvimento e qualidade de vida para a população. Podem nos cobrar, pois estamos aqui para trabalhar”, concluiu.
Por Luiza Rampelotti