Ao longo da história, é quase universal que as mulheres tenham cabelos mais longos que os homens, escreve Kurt Stenn, autor do livro Hair: a Human History. Embora alguns povos e nichos culturais tenham desafiado essa norma, a tendência permanece predominante.
Na carta de São Paulo aos coríntios, o apóstolo descreve cabelos longos como uma vergonha para homens e uma glória para as mulheres. Até na Grécia antiga, famosa por seus filósofos cabeludos, evidências arqueológicas mostram que os penteados masculinos não eram mais longos que os femininos.
Várias razões explicam esse padrão. Historicamente, mulheres com cabelos longos e bem cuidados demonstravam saúde, ócio e riqueza. Manter cabelos longos era um sinal de que a mulher possuía criados e dinheiro, já que isso exigia tempo e recursos.
Por outro lado, homens poderosos evitavam parecer sedentários e superprotegidos. Além disso, em tempos de guerra, cabelos longos eram um risco – um puxão nos cabelos poderia ser fatal em combate corpo a corpo. A higiene no campo de batalha também era uma preocupação, com piolhos sendo um problema menor comparado às complicações de manter cabelos longos. A cabeça raspada uniformizava os soldados, eliminando vaidades e destacando a unidade do exército.
A preferência por cabelos longos nas mulheres e mais curtos nos homens tem profundas raízes culturais e históricas, refletindo questões de poder, praticidade e identidade ao longo dos séculos.
Com informações de Super Interessante